"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 6 de julho de 2015

Sensatez


Nesta ocasião, queremos manifestar nossa satisfação pela maneira como, apesar das especulações surgidas desde alguns setores de opinião, instâncias do governo começaram a atuar com relação aos dolorosos acontecimentos que estremeceram no dia de ontem a capital da República, optando por assumir em forma diligente e buscando a verdade sobre os fatos, acorrendo a procedimentos de investigação e não de pré-julgamento.
Deploramos que não se tenha procedido da mesma maneira, com prudência e com a mesma rapidez em relação ao sucedido em Buenos Aires, Cauca, no dia 14 de maio de 2015.
Quanto nos haveríamos poupado em mortes, destruição e tragédias! Hoje, a oficialidade que comandava a dita unidade militar se encontra privada da liberdade.
Contra o desejo de avançar na construção de confiança que abra o caminho para a paz, às FARC-EP lhes correspondeu fazer uso do direito de legítima defesa. Por isso, nos parece um contrassenso que se insista em nos desqualificar porque as hostilidades respondemos como o fazemos, já que o que imperou durante esses cinco meses foi o desconhecimento oficial da trégua declarada por nós outros, sobretudo por parte de um anterior ministro de Defesa irresponsável e vaidoso, que fez uso de métodos impróprios para tempos de busca da uma paz perdurável.
A intransigência da contraparte fazendo eco a pressões de setores de ultra direita conduziu a situações das quais hoje padecemos todos, para logo deixar em mãos de outros o trabalho de apagar o incêndio provocado por suas condutas.
Porque queremos evitar todo tipo de destruição de vidas e bens, estamos dispostos a buscar uma saída à confrontação assimétrica à qual nos levaram contra nossa vontade.
Só aspiramos a que se garanta ao país que não se precipitarão de novo circunstâncias que nos poderiam conduzir a uma escalada maior da confrontação. Porque está claro que foram fundamentalmente os ataques com tecnologia de ponta, o assédio contra nossas unidades em trégua e o desdobramento militar de ponta a ponta no país os que não só afetaram a nossos combatentes em rebelião como também a Mesa de Diálogos de Havana o detonante que conduziu à atual situação de guerra.
Como reiteramos em múltiplas ocasiões, a sensatez indica, frente à tragédia da guerra, que avancemos já para a firma de um cessar-fogo bilateral; é o lógico, é o sensato, é o esperado. Iniciemos o caminho para a conquista dessa necessidade coletiva; realidade incontornável. O contrário é nos dizer mentiras a nós mesmos e enganar a um país que merece não ter que amanhecer todos os dias com deploráveis notícias.
La Habana, Cuba, sede dos diálogos de Paz, 4 de julho de 2015
DELEGAÇÃO DE PAZ DAS FARC EP.
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Equipe ANNCOL - Brasil