"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


domingo, 26 de julho de 2015

Se Começa a pressentir o fim da epopeia


Por Alberto Pinzón Sánchez
Não é o mesmo JM Santos fazendo autopropaganda desde sua casa jornalística El Tiempo que o presidente de “todos” os colombianos falando no “sacrossanto recinto da democracia [genocida] da Colômbia”. Tampouco é o mesmo o mal humorado e arrogante Humberto de la Calle dizendo ao país a partir do oligopólio midiático contra insurgente [OMCi] que pode chutar quando lhe der vontade a mesa de Havana que o submisso plenipotenciário do governo em Havana falando aos parlamentares colombianos em vésperas de eleições.
E nem o que dizer do novo ministro de Defesa, o “empresário” Villegas, dando entrevistas aos meios dependentes do departamento de guerra psicológica do exército colombiano, que rendendo informes de gerência no plenário do senado, sobre o número [suposto] de guerrilheiros das FARC como indicador de eficiência, porém evitando [não se sabe por que] os terríveis ou tremendos indicadores de CUSTOS [que como empresário deveriam preocupá-lo] sobre as 372 ações armadas realizadas desde a suspensão da trégua unilateral a 22 de maio de 2015, por esses 6.000 guerrilheiros reduzidos ou restantes. E que, segundo a ONG Paz e Reconciliação, regressaram às médias mensais de 186 ações armadas por mês, semelhantes às de há 4 anos, quando os números aproximados do Ministério de Defesa diziam que os guerrilheiros eram 9.000. Quer dizer, que, ao terem sido reduzidos dramaticamente e bombardeados, em lugar de diminuir, aumentaram a “eficácia”, entendida esta como o indicador de gerência que combina a eficiência com a efetividade. De acordo, senhor empresário?
Tudo parece indicar que mudaram ou pelo menos se moveram duas coisas: Uma, o nível de realismo de seus respectivos discursos; e outra, o cenário, não só de salão como também do panorama pré-eleitoral que parece ter tomado literalmente o “coração e a mente” contra insurgente dos políticos colombianos.
O que produziu o fato político de que, ante o parlamento colombiano, o núcleo duro da política de paz do governo tenha devido recorrer a apresentar os fatos com um pouco mais de realismo ao costumeiro nos últimos 70 anos de Contra Insurgência, quando sempre os apresentou como a derrota das Farc “nos próximos meses”? “Dezoito”, disse Marta Lucia em 2002, quando Uribe colocou-a à frente de sua tropa.
Por que o presidente Santos, em seu discurso sobre a pátria boba em 20 de julho de 2015, numa passagem realmente notável e destacável, mudou de “inimigos de alto valor”? E já não sejam as “as FART” ou o terrorismo, senão que [...] “se trata de que concentremos nossas energias em lutar contra os verdadeiros inimigos, que são: a Pobreza, a Iniquidade, o Desemprego, a Corrupção, a Insegurança e [vá lá alguém acreditar] a GUERRA”...
A resposta é simples: ademais da crise [de todas as esferas] da vida socioeconômica em Colômbia, e a que a geoestratégia do Pentágono induziu uma mudança nos “politiqueiros colombianos”; tal fato se deve ao fato de que todos, dentro e fora do país, entenderam a diferença entre trégua unilateral de dois meses decretada pelas Farc e a contraofensiva do levantamento guerrilheiro, produzido quando os estrategistas militares do governo [Pinzón, Asprilla e demais fanfarrões militaristas] pretenderam aplicar um golpe de audácia à insurgência assassinando e volatilizando com bombas violadoras do DIH a Jairo Martínez e seus companheiros, com a finalidade de modificar, na última hora, a correlação de forças a seu favor.
Há que dizê-lo, também, que se deve a outra circunstância política em desenvolvimento: o isolamento paulatino de Uribe Vélez, cuja concepção de “Impunidade militar para continuar a guerra” foi reduzida ao “viril alento” [pobre Rafael Núñez] e às broncas do “soldado sem couraça” do decomposto Alfredito Rangel, ou às patadinhas da louca das laranjas.
Por isto Santos, com um pouco mais de realismo, desescala o nível da rivalidade com “o perverso de bairro”, toma uma pequena distância dele, e simplesmente lhe oferece [sabendo que ele vai rechaçar]...que falemos com serenidade e sem meias verdades, e a que busquemos os acordos em meio às diferenças. Que não nos passe o da Pátria Boba!”
Contando também, realisticamente, que, com a prolongação da nova trégua unilateral decretada neste 20 de julho pelas FARC e os avanços e acordos vindouros nas conversações em Havana, poderão ser realizadas as próximas eleições, onde se definirá definitivamente a rivalidade Santos-Uribe, que serão “as mais tranquilas e seguras em muitas décadas em Colômbia”.
Só nos cabe perguntar: e sem a tradicional corrupção?