"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


domingo, 12 de abril de 2015

Santos: “Se tiver que desistir do processo de paz, desisto”



Por Horacio Duque Giraldo
O presidente Santos expõe uma chantagem à Mesa de Havana para evadir da negociação de mais de 40 temas pendentes e sai agora com a “genial” ideia de abandonar os diálogos e seus importantes avanços. Voltou à ideia da paz como claudicação. Má coisa. Está em campanha para prefeitos e governadores.
Não obstante que, em recente entrevista no El País de Madri (http://bit.ly/1M0LSMe), o senhor Santos reconheceu que não era conveniente fixar datas para a firma de um Acordo entre o governo e as Farc para pôr termo ao prolongado conflito social e armado nacional, depois de anteriormente ter fixado termos peremptórios para a firma de um pacto, alguns movimentos recentes presidenciais indicam que a ideia da “pax express”, como uma rendição da resistência campesina revolucionária, não tem sido descartada pelas esferas oficiais e pelo bloco de poder oligárquico dominante.
Ordenou os eventos.
O anúncio da visita do Papa Francisco à Colômbia nos próximos meses com sua mensagem de reconciliação e apoio aos diálogos de paz, especificamente no tema de justiça e ressarcimento estatal de milhões de vítimas da guerra; o rechaço do governo nacional às sanções gringas à Venezuela como uma manobra intervencionista, em vésperas da Cúpula do Panamá (http://bit.ly/1GEG0bI); e as denúncias contra o Procurador Ordoñez, quem pretendeu manipular o processo de paz com fins puramente eleitorais são ações plausíveis que reforçam o sentido político das conversações e acordos em matéria de paz conquistados em Havana. Pouca oposição e questionamento produzem estas decisões.
Porém, o que resulta incoerente, inconsequente, para dizer o menos, é que, no tópico seguido, Santos, muito astutamente, saia a expor uma chantagem na Mesa de havana dizendo que ‘Se, ao final, tiver que correr, corro’. (http://bit.ly/1Pg2pjI).
Santos insistiu em que sua principal aposta é acabar com o conflito armado através da via do diálogo, porém advertiu que se as Farc, de cujos membros disse que por algumas de suas atitudes parecem “bestas” [sic], não aceitam esta “oportunidade histórica” [a mesma de Mora Rangel, o do crime de Jaime Garzón] para finalizar a guerra, pois, não tem inconveniente em romper as negociações. Se, ao final, tiver que correr, corro, simples assim, explicou que, tendo que acabar com os diálogos, o faria com “a consciência tranquila” [coisa que duvido] por ter tentado pôr ponto final a uma confrontação que dura mais de 50 anos dessangrando o pais.
Absurda posição que reflete o emperramento político e a sem saída em que se encontra Santos. Se lhe esgotou a imaginação quando à vista está a proposta de convocar uma Assembleia Constituinte que aprofunde as saídas à aguda crise orgânica da qual padece o regime político das elites tradicionais, alheias aos interesses populares majoritários.
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