"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 30 de abril de 2015

A responsabilidade do Estado, um reconhecimento necessário para alcançar a paz



La Habana, sede dos Diálogos de Paz, 28 de abril de 2015

Um total de 19 defensores de direitos humanos foram assassinados em Colômbia durante o primeiro trimestre deste ano e outros 249 foram ameaçados, segundo a ONG Somos Defensores. 295 defensores de direitos humanos foram vítimas de algum tipo de agressão nesse período, multiplicando-se por 3 os casos de ameaças e incrementando-se o número de homicídios em relação ao mesmo período do ano de 2014. O [acima] citado informe atribui a paramilitares e integrantes do Exército a responsabilidade da totalidade dos assassinatos.

Citando um informe do Escritório de Coordenação Humanitária das Nações Unidas em Colômbia [OCHA], o Coordenador Residente da ONU em Colômbia afirmou a 9 de abril que: “Nas partes mais isoladas da Colômbia, nas regiões rurais, nos últimos anos os homicídios seletivos de defensores de Direitos Humanos e líderes sociais foram baixando. Neste ano, nos primeiros meses vimos um aumento muito significativo...”

Se somamos que no desenvolvimento dos combates contra a insurgência em trégua unilateral as forças institucionais não respeitam o princípio de distinção, este panorama tende a agravar-se e, como é habitual em nosso país, a totalidade dos responsáveis pelos anteriores crimes permanece na impunidade. Todo o qual demonstra que a responsabilidade do Estado, por ação umas vezes e outras por omissão, em consequência da perpetração de graves crimes internacionais, continua sendo uma realidade incontornável.

Conforme a legalidade aplicável no contexto internacional, a responsabilidade penal internacional dos agentes do Estado, ainda no caso de ser eficazmente exigida –o que não parece ser o caso em Colômbia- não constitui uma desculpa para desativar a responsabilidade agravada do Estado, tanto pelos atos criminais de seus funcionários como pela omissão em sua perseguição.
A Resolução sobre a Responsabilidade do Estado por fatos internacionalmente ilícitos [A. G. NN.UU.], 28 janeiro 2002] estabelece claramente que se dá um fato internacionalmente ilícito do Estado quando há um comportamento consistente numa ação ou omissão.

Em nenhum outro país do mundo se conheceu presidentes que organizaram e dirigiram exércitos de narco paramilitares ou que proclamaram abertamente ante as câmaras de televisão ter cometido crimes de guerra ao ordenar executar sumariamente a líderes rebeldes capturados e fora de combate, aos quais nunca se lhes fez comparecer ante um tribunal.

É evidente, então, que o Estado em Colômbia é um Estado Infrator que, apesar de estar sentado na Mesa de Diálogos há mais de dois anos com o propósito de pôr fim a um conflito social político e armado de longa data, continua mantendo seu inveterado costume de descumprir com sua obrigação de respeitar seus compromissos e suas próprias leis.

As FARC-EP estamos empenhados em firmar um acordo de paz estável e duradouro. Porém, isso só será possível se com o concurso do povo soberano, o Governo, -máximo responsável por garantir os direitos dos cidadãos-, abre passagem à erradicação definitiva do Estado Infrator, e dá garantias plenas de não repetição.


DELEGAÇÃO DE PAZ DAS FARC-EP



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