"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Libertados o General Alzate e seus acompanhantes, sãos e salvos.


Por Nelson Lombana Silva

O General Alzate, seus acopanhantes e os soldados, prisioneiros de guerra em Arauca, regressaram sãos e salvos a suas casas, vivos. É o contraste do que faz o governo quando captura insurgentes: Geralmente os entrega em bolsas de polietileno, esquartejados e insultados infamemente com qualificativos de terroristas.
Por mais que tratem de ocultar este contraste, os meios massivos de comunicação, com sua consabida alienante e perversa desinformação, não o conseguiu em sua totalidade, graças, entre outras coisas, ao poder que vai se apropriando na consciência dos povos, dos meios alternativos
O próprio presidente Juan Manuel Santos, cínica e criminalmente, confessou ter dado a ordem de assassinar, em completo estado de indefensabilidade, ao comandante fariano Alfonso Cano. A guerrilha superou esse crime de lesa-humanidade e seguiu adiante com o processo de paz.
E mais: Sendo o governo Santos quem impõe a torpe iniciativa de dialogar em meio à guerra, suspende unilateralmente o processo de paz porque um “peixe gordo” da oligarquia cai em mãos do exército do povo. Não é fácil imaginar que, se houvesse caído soldados ou mandos médios, o governo nacional não teria se alterado, pois, ao fim e ao cabo, estes são povo, e que importa? Se moveu porque era um General, filho da oligarquia.
A decisão da guerrilha para contornar o impasse foi histórica. Se o governo tivesse grandeza, assim o reconheceria. A grande lição não pode ser minimizada. É única. Clara e contundente: a guerrilha devolve os prisioneiros de guerra sãos e salvos, os militares devolvem-nos em bolsas de polietileno, torturados ou simplesmente desaparece com eles. Que contraste!
A falta de palavra de Santos o obriga a propor que o fato passe como si nada tivesse acontecido. Provocação e conta nova. Porém, um fato tão grave e vergonhoso não pode ser tratado com um “deixe para lá”. A guerrilha tem dito que há que fazer uma discussão sobre o tema, certamente para pôr as coisas em branco e preto, o qual, no nosso modo de ver, é o elementar, o correto. Com um governo sem palavra tudo se torna etéreo, incerto.
Se, no dia de amanhã, um comandante fariano do Secretariado cai e a guerrilha suspende os diálogos, o governo atuará da mesma maneira que atuou o movimento insurgente? É muito difícil. Se diria: Impossível. Não em vão, estudiosos demonstraram que a oligarquia colombiana é uma das mais criminais do continente e do mundo.
De todas as maneiras, o povo colombiano não pode se comportar como simples espectador. Deve assumir seu papel que a história lhe depara. Deve pronunciar-se decididamente pelos diálogos aprovando-se o cessar bilateral do fogo. Nisso não se pode vacilar. Ademais, caracterizar a conduta dos negociadores, a postura das partes. Há que ir desentranhando a miserável e ambígua postura do governo nacional que, como dissera em seu momento Arizala, o governo numa mão sustenta a pomba da paz e na outra a metralhadora para a guerra contra o povo. Esse é Santos, o ex-ministro de defesa do pequeno ditador fascista Álvaro Uribe Vélez.
O outro grande desafio e nessa mesma direção é o fortalecimento nacional da Frente Ampla pela Paz. Não se pode poupar energias neste campo. Há que atuar com dinamismo e celeridade, sobretudo com consciência de classe e espírito unitário. Realmente, está à prova a maturidade da esquerda para avançar neste campo e, evidentemente, os democratas e livres-pensadores que existem de ponta a ponta do território colombiano. Inclusive, além das fronteiras. Como diz a Marcha Patriótica: “Há que unir rebeldias”.
Uribe e sua patota podre ficaram “sem jeito”, para usar uma frase coloquial. Eles queriam, certamente, que o citado general regressasse em bolsa de polietileno e assim pôr fim aos diálogos de Havana [Cuba]. Mas, não foi assim. No entanto, não se pode cantar vitória, porque, com certeza, continuarão chicoteando as comunicações e provocando sabotagens para evitar a culminação deste importante acordo de paz em discussão na ilha da Liberdade. Estar atentos, é o chamado ao povo colombiano e às forças democráticas do país. O inimigo de classe não cederá facilmente e ainda pode fazer muito dano à sociedade colombiana e ao próprio processo de paz.
Neste sentido, o presidente Santos deve amarrar as calças. Dizer a verdade ao país, se está em condições de garantir a culminação satisfatória do processo de paz ou se, eventualmente, é um refém do militarismo, das bases gringas e dos mercenários estadunidenses que pululam pelo país livremente. Deveria ser claro e concreto.