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Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

As FARC-EP não se subordinarão à Força Pública do Estado


Por Yira Castro

As FARC-EP dão a conhecer sua interpretação sobre os alcances e conveniências da criação do “Comando de Transição” imposto pelo governo de Juan Manuel Santos.

O ‘Comando de Transição Estratégica’ criado pelo governo é entendido pela insurgência como um “princípio de subordinação da guerrilha à força pública a partir deste momento”, o qual é inaceitável para as FARC-EP, como tinha dito o Comandante Iván Márquez no dia de ontem: “os diálogos se desenvolvam entre duas partes iguais, onde não existe vencedores nem vencidos”.

A julgar pela leitura que a insurgência faz, este fato evidencia que o governo tomou esta decisão de maneira unilateral, sem contar com a opinião de sua contraparte na Mesa.

Portanto, em contraste com esta decisão governamental, as FARC-EP apresentaram a ideia de criar um “Comando Guerrilheiro de Normalização”; dito anúncio foi feito por Pablo Catatumbo, porta-voz das FARC-EP, nesta manhã na entrada do Palácio das Convenções de Havana.

Este ‘Comando Guerrilheiro’ teria como missão estudar a maneira de fazer com que as Forças Militares assumam seu papel constitucional novamente, entendido como “a defesa da dignidade nacional e das fronteiras”.

Ademais, este comando deve estudar como desmantelar os batalhões de contra insurgência em todo o país, pois numa situação normal –de Paz- no país não haverá nenhuma necessidade deles.
O governo tem a intenção de ignorar os outros sub pontos do terceiro ponto do Acordo Geral [Fim do Conflito] e só concentrar-se no cessar-fogo e abandono das armas parte da insurgência, enquanto as FARC-EP disseram que, de acordo com o pactuado, deveria ser um “processo integral e simultâneo”.

As FARC-EP também propuseram a criação de uma Comissão para investigar o fenômeno do paramilitarismo: o mundo deve saber como se criou, como foi seu desenvolvimento, como operava, quem o impulsionou e financiou e, por último, algo não menos importante, porque ainda está vivo. A Comissão deveria estar composta por personalidades nacionais e internacionais.

Estas reações se somam às de ontem e surgem como resposta às declarações realizadas recentemente pelo presidente Juan Manuel Santos, quem afirmou que as Forças Armadas têm a missão de garantir a “desmobilização” e “entrega de armas” da insurgência, ao tempo em que ele deixou claro que a reforma da força pública não é negociável.

Neste ciclo 28 de conversações, as FARC-EP questionaram severamente ao governo por tomar decisões unilaterais, contrariando o conteúdo do Acordo Geral de Havana, segundo o qual o governo e as FARC-EP são partes iguais.

Ler comunicado: