"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Se atreveria Santos a chutar a Mesa de Conversações de La Habana?

Por Allende La Paz
Sempre atuaram assim. Uma vez conseguidos seus objetivos –neste caso, a reeleição presidencial-, lhes importa um caralho a decisão pela qual lhes votaram os colombianos. E seguem fazendo o que lhes der na telha. Porque eles creem que Colômbia é uma fazenda deles. Ou que pelo menos são seus capatazes e podem mandar o que quiserem sem levar em conta o sentir e os desejos do cidadão de a pé.
Por isso, o presidente Santos –o “assassino de Alfonso Cano” e de milhares de jovens mediante os “falsos positivos” ou execuções extrajudiciais-, ante o que era previsível do acionar das FARC-EP, a qual como ainda estamos em guerra porque ele, Santos, não quer firmar um Acordo de Cessar-Fogo Bilateral, ameaça com chutar a Mesa de Havana.
Favor que lhes faria às FARC. Chute-a, senhor, e verá que o mundo entenderá então a posição das FARC-EP. A ignorância política dessa oligarquia –somada a um pensamento bipolar que está por estes dias em fase maníaca- que não quer entender que Colômbia já não é o mesmo país desde que lançaram o Decreto de Guerra em 1964. Apesar de seguir enroscados ao poder, Colômbia já entendeu –e por isso lhe votaram nas eleições passadas [pela Paz]- que nossos caminhos, os dos colombianos de a pé, seguem sendo veredas diferentes das da oligarquia e de seus testas de ferro, e por isso jamais haviam participado –e ainda hoje não participam- no circo eleitoral [60-80% de abstenção] e foram construindo e reconstruindo -ante a investida do Terrorismo de Estado- o tecido social.
A “pedra” que se lhe saiu a Santos é porque as FARC-EP estão sabotando a economia ao impedir que por Buenaventura saiam as exportações que “saneiam” a economia, incluindo, claro está, a saída do contrabando de cocaína. Seus amigos –de Santos- veem como suas exportações não saem nos navios e assim se despedem de uns quantos milhares de dólares que debilitam economicamente a oligarquia e politicamente demonstram a todo o mundo que as FARC-EP entraram num processo completamente novo de sabotagem à economia, o qual, persistindo no tempo e no espaço, produzirá a derrota da oligarquia no poder.
A enfermidade bipolar de que padece o presidente –ademais da próstata- lhe impede ver que quando ele lança os “clarins de guerra” ao dizer que “eu mandei matar Alfonso Cano”, ao pedir aos militares de suas forças militares-narco-paramilitares que continuem lançando suas matilhas contra os comandantes das FARC e os bombardeiam com bombas de 500 quilos e bombas de fragmentação, o que faz é precisamente o que lhe censura agora às FARC: aprofundar a guerra.
Sabido é que na guerra toda ação gera uma reação. Ao ameaçar –e cumprir- com o extermínio do contrário, Santos faz com que esse contrário lhe proporcione cada vez mais golpes mais duros, duríssimos, ou como agora, que no desenvolvimento de seus planos militares entrem a sabotar a economia, fase que requer uma guerrilha bem estruturada. Poderão seguir dilapidando milhões de dólares diários –mais de 30 milhões de dólares diários-, porém a “cobra” está viva e parece que continuará viva. E enquanto essa cobra estiver viva, continuará combatendo a seu inimigo de classe, ao mesmo tempo em que impede que a partir de Colômbia se lance um ataque contra a Revolução Bolivariana.
Se na verdade Santos quer a Paz, deve acordar com as FARC-EP um Cessar-Fogo Bilateral e não estar buscando apoios internacionais para sua bipolar política de Repressão-Conversação. A paz neste momento preciso requer fatos concretos que abram as alamedas da reconciliação e da reconstrução nacional para arrancar a Colômbia do fosso do atraso em que a incapaz oligarquia no poder a afundou.
Se atreveria Santos a chutar a Mesa de La Habana? Não acreditamos. Isso, sim, seria um suicidio político. Nós pensamos isso.
Fonte: www.anncol.eu