"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 25 de agosto de 2014


Por Allende La Paz
Durante todo o tempo de duração dos processos de Paz, tem sido uma constante oligárquica “encilhar as bestas antes de trazê-las”. Por isso, quando a coisa não avança de acordo com seus interesses e visões, chutam a Mesa com todo o cinismo do caso, jogando as culpas na insurgência armada.
Agora estão com a mesma mentira. Querem chegar a um desarmamento sem ter esgotado os passos prévios. Passos prévios que vão assentando as bases para uma Paz firme, duradoura. Que nós saibamos, nestes casos se deve chegar a um Acordo de Cessar de Fogos Bilateral previamente –que prepara o terreno- a um Acordo sobre “desarmamento e entrega de armas”. E mais, para chegar ao “desarmamento e entrega de armas” primeiro, e previamente, deve-se dar um Acordo para a criação de um Novo País, com nova Constituição –referenda dos Acordos Totais- e novas superestruturas, o qual significa em carta branca, demolir o vetusto e velho estado burguês, clientelista e corrompido, até seus alicerces, e proceder a assentar novas bases para que os colombianos comecemos a viver em Paz.
Evidentemente que é importante que os militares estatais se dirijam a Havana e se encontrem com seus pares, os militares guerrilheiros, e ambos se mirem nos olhos, diretamente. Dali, desse encontro, deverão sair as pontes comunicantes ao identificar-se os dois como as partes reais da confrontação armada. Identificarão que o mesmo sangue que corre de uns é o dos outros –não a de um inexistente “inimigo interno”- e que não tem sentido seguir envolvidos na guerra fratricida decretada pelo império e pela parasita oligarquia nativa desde antes de 1928, inaugurada com o Massacre das Bananeiras.
Naturalmente que é necessário ir construindo uma folha de rota –se se chega a um Acordo Total- para ir avançando para o “desarmamento e entrega de armas”. Mas o primeiro é o primeiro. Primeiro seria acordar um Cessar de Fogos Bilateral. Segundo seria chegar a Acordos sobre as causas reais que deram origem e perpetuam o Conflito Interno e a guerra fratricida –receitada pelo império e pela oligarquia nativa, reitero-, e terceiro firmar esses Acordos, os quais deverão ser legitimados por uma Assembleia Nacional Constituinte que inicie a construção desse Novo País por parte de todos os colombianos em seu conjunto, sejam amigos ou inimigos da Paz.
É saudável que esses pontos sejam abordados –poderia ser simultaneamente-, porém “não devemos encilhar o cavalo sem ainda tê-lo laçado”. Porque isso pareceria que tanto o governo colombiano como seus meios mediatizadores querem mostrar. “Lançam campanhas ao voo” porque os militares foram à Mesa de Havana como se as FARC-EP já fossem firmar a entrega de armas e a desmobilização, porém não se preocupam realmente por chegar ao fundo do problema. Esse fundo do problema é a exclusão dos colombianos pobres –mais de 70% da população- de todos os âmbitos da vida nacional, econômica, política, social, cultural etc.
Ratificados os Acordos Totais por uma Assembleia Constituinte, os colombianos dispararemos –aí sim- a construir na prática o Novo País com que todos sonhamos –com exceção de alguns trogloditas aos quais lhes parece correto a situação atual colombiana-, e estamos convencidos de que as energias de quase todos situará a Colômbia no escabelo que a história lhe reservou. A “desmobilização e entrega de armas” irá se dando “como se dilui a água do mar na areia da praia”. Serão água e areia um todo indiferenciado. Uma vez formado este todo, não haverá força humana capaz de vencer-nos.