"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 18 de junho de 2014

A esquerda, fator político da luta pela paz com justiça social



Por: Partido Comunista Colombiano, 17 Junho 2014


A eleição de Juan Manuel Santos no segundo turno frente a OI Zuluaga define de momento a incerteza apresentada pela ultra direita militarista de pôr fim ao processo de diálogo e aos acordos pactuados entre as FARC-EP e o governo colombiano.


No primeiro turno, Zuluaga ultrapassou Santos com quase meio milhão de votos. Agora, a diferença a favor de Santos de 900.000 votos é suficientemente clara. Esta mudança só foi possível com o explícito respaldo da esquerda, que o PCC e a UP apoiaram decididamente. A coalizão unitária de Clara e Ainda cumpriu com êxito sua tarefa.


O triunfo de Santos não elimina a contradição entre os setores dominantes, que pretendem perpetuar com a guerra suas odiosas fontes de enriquecimento, e o grosso da sociedade, que deseja uma solução política para pôr fim ao drama da guerra contra insurgente. Santos governará com uma forte pressão de sua própria classe em termos de seu modelo social neoliberal e dos poderosos fatores guerreiristas incrustados no poder econômico e no Estado.


A composição de forças que respaldou sua candidatura desde a esquerda, do movimento social e da opinião temerosa do retorno de Uribe reclama posições firmes frente às atitudes revanchistas, a plataforma paramilitar co-governante, sobretudo nos níveis regionais, as ameaças e os crimes contra a oposição democrática. O direito à crítica, ao protesto popular, à recuperação de terras usurpadas, à mobilização e à defesa da vida devem ser protegidos frente a toda vulneração por agentes estatais ou paraestatais. A luta contra o fascismo e as manifestações do terrorismo de Estado continua vigente.


Respaldamos a declaração conjunta das ex-candidatas da esquerda Clara López e Aída Avella enquanto reafirma a necessidade de dar um novo ar ao processo de diálogo, a importância da unidade, da justeza do voto emitido, a independência e não participação no governo, assim como a reafirmação de sua postura de oposição ao modelo econômico, social e político existente.


A vigilância e a mobilização popular estão na ordem do dia. As bandeiras de cessar-fogo bilateral, cessação de bombardeios em regiões agrárias, fim aos falsos positivos, reconhecimento e libertação dos presos políticos, garantias para as expressões da inconformidade popular estão vigentes. O mesmo [para] a luta pelas reformas política eleitoral, estatuto da oposição, reforma agrária, trabalhista, da saúde e da educação. É a hora da mobilização popular.


A experiência da convergência e da unidade ganha novos elementos. Abriram-se novos espaços e surgiram novos interlocutores na perspectiva da Frente Ampla pela paz com justiça social. Sua força só pode estar na mobilização popular organizada e combativa. Ao chamar a trabalhar por afinar os pontos programáticos e a coordenação de atividades dirigidas a fortalecer a base social, política e cultural do processo de diálogo para a paz, insistimos na amplitude desta tarefa e na responsabilidade das forças avançadas para responder consequentemente ao novo momento unitário.