"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Qual é o futuro da esquerda colombiana nas próximas eleições presidenciais e legislativas


Por Aida Abella, candidata presidencial da União Patriótica (UP)



A esquerda na Colômbia tem uma tarefa colossal. Reconstruir o país para garantir a paz e a justiça social verdadeira às novas gerações. Tornar legítimo um Estado que, através da corrupção, da violência, da asfixia da participação cidadã e da apropriação do poder deslegitimaram-no. Um Estado em poder de umas elites negligentes que só buscam o enriquecimento pessoal.


A esquerda tem a obrigação de fazer a mudança democrática que a Colômbia necessita. Deve lutar contra a desigualdade, que é uma epidemia em nosso país. Se trata de distribuir a riqueza nacional entre os quarenta e seis milhões de colombianos. Para isso, deve frear os focos de corrupção, como o que existe nos cartórios. Estes devem ser nacionalizados e os dinheiros que na atualidade vão para os bolsos dos particulares devem ingressar no orçamento nacional. Igualmente, o produzido das Câmaras de Comércio, que é um negócio polpudo para um grupo de colombianos.


A esquerda tem que trabalhar por uma democracia participativa, onde os cidadãos sejam ouvidos e contem nas decisões de cada uma das regiões, isto exige restaurar o direito inalienável que o povo tem, como constituinte primário. Os planos de desenvolvimento devem ser elaborados tendo em conta as inquietações da população. As universidades devem ter um papel ativo no estudo, seguimento e cumprimento dos planos de desenvolvimento em cada região da Colômbia. Ante a arbitrariedade, se deve ampliar o controle e o poder cidadão mediante a eleição popular do Procurador Geral da Nação, Defensor do Povo, Auditor Nacional, Auditor Geral, procuradores estaduais, procuradores municipais, vedorias, conselhos de planejamento territorial, entre outros.


A esquerda deve resgatar a terça parte do país entregue em concessão a empresários estrangeiros. O ouro, o carvão, o coltán, o petróleo devem deixar ao país um produzido em trabalho e em lucros para garantir o bem-estar de todos e em harmonia com a proteção do meio ambiente. A esquerda resgatará o campo das mãos do latifúndio improdutivo para democratizar a terra e garantir a soberania alimentar, proporcionando soluções dignas ao campesinato. Como em outras nações da América Latina, a esquerda colombiana deve preparar-se para ser governo e contribuir para os processos de integração regional a favor do multilateralismo e da autodeterminação dos povos.


A crise e a violência que a Colômbia experimenta há décadas pode ter uma saída se as forças políticas avançadas enfrentam as raízes das desigualdades, das injustiças, das exclusões, da negação da democracia e do sacrifício da soberania. Desde a Esquerda, temos que consolidar uma Frente Ampla pela soberania, democracia e a paz, que realize estas tarefas e se converta numa alternativa de poder real. As transformações para um novo Estado e um novo poder político são possíveis elevando a consciência política do povo e construindo a unidade. Estas transformações estruturais só podem orientadas por um governo democrático de ampla participação, com a unidade dos movimentos sociais, partidos políticos, mulheres e jovens, da academia e dos intelectuais, dos sem-partido, dos independentes, dos artistas e gestores culturais, das igrejas, dos militares patriotas, entre muitos outros e outras, doentes de uma pátria ferida. Podemos ser governo e poder se construímos a unidade com decisão e generosidade.


Poderão cortar a flor, porém nunca a primavera”.

Aída Avella (candidata presidencial)


Tradução: Joaquim Lisboa Neto