"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


domingo, 10 de novembro de 2013

Colômbia. Um acordo histórico de paz graças à Igreja

O mais espinhoso dos cinco pontos em questão ficou no passado. Dependia dele o impacto total do acordo de paz entre o governo de Manuel Santos e das Farc da Colômbia. A guerrilha aceita o desarmamento e a sua transformação em um partido político em troca de obter um “estatuto de garantias” para o exercício da oposição e, em particular, “para os novos movimentos que surgirão depois da assinatura do acordo final”; também se obtém espaço nos meios de comunicação; reformas institucionais para facilitar a constituição de partidos políticos; garantias de transparência nos processos eleitorais; especialmente nas regiões em que há maior perigo de fraudes.


A reportagem é de Alver Metalli, publicado por Vatican Insider, 07-11-2013. A tradução é do Cepat.
Fonte:UNISINOS
Este, em síntese, é o resultado do segundo ciclo de conversas que começaram em junho e que representa a passagem mais difícil para se chegar a um acordo em conjunto. Um resultado histórico, que poderia por um ponto final em meio século de conflito armado.

Há alguns que apontam que foi possível chegar a este acordo após o Pontificado de um Papa latino-americano. E não há dúvida de que o Papa Francisco apoiou com convicção (e desde o primeiro momento) o diálogo e a negociação bilateral que se desenvolve em Cuba. Em maio, na ocasião da canonização de Laura Montoya, a primeira santa colombiana, insistiu a este respeito com o presidente Santos; também abordou a questão com o presidente do Uruguai, José Mujica, em junho; e  insistiu sobre o tema em diferentes ocasiões, ao falar com os bispos que o têm visitado durante estes meses. Além do mais, a Igreja colombiana pagou um preço muito alto pela paz, que agora poderia estar realmente próxima. Um total de 83 sacerdotes, 05 religiosas e 03 religiosos foram assassinados, de 1984 até o momento, e com eles um grande número de catequistas.


No entanto, nunca se cedeu à ilusão de uma solução militar, nem nos anos 1990 (quando o projeto de guerrilha era presente em grandes porções do país e estava se expandindo), nem durante a primeira década do século XXI, após a morte de Manuel Marulanda Vélez, o “Tirofijo”, líder das Farc.


Um dia antes do anúncio histórico, na terça-feira, 06 de novembro, na sede do episcopado colombiano, o cardealRubén Salazar Gómez apresentou um texto de 92 páginas com os chamados “Oito pontos para um acordo nacional”. O texto foi o fruto de uma ampla consulta que começou em 2009 e na qual se envolveu as realidades sociais, econômica, política e acadêmica do país. O documento indica as condições necessárias para uma reconciliação e para se chegar a uma paz estrutural e permanente, o que representou, de alguma maneira, certa pressão sobre as partes que negociavam em Cuba. É importante notar que o conteúdo dos oito pontos acabou se incorporando no acordo de Havana.

Superado o obstáculo com o maior peso político, as delegações do governo e da guerrilha decidiram fazer uma pausa de 10 dias para a reflexão. Em seguida, começará a discussão sobre o terceiro ponto, a respeito das drogas ilegais, sobre o qual se falará acerca de indenização das vítimas do conflito, antes de se definir os mecanismos para submeter a um referendo o texto do acordo final.
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