"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Tomara que tenham o valor cidadão de dar-ĺhe algumas explicações certas ao país”: FARC-EP

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Janeiro 18 de 2013 

A Havana, República de Cuba. Sede dos diálogos pela paz com justiça social para Colômbia

COMUNICADO

  1. Sem dúvida há quem acreditem que a paz é uma esmola e não a concreção da justiça e, por isso continuam burlando-se desse direito e dever da paz, que têm consignado no corpo constitucional da institucionalidade que manifestam defender, de forma tão elegante como demagógica, supostamente em favor de todos. Certamente, que para eles é difícil juntar o poder com a concórdia.

  2. No entanto, há poucos dias Juan Camilo Restrepo, ministro de agricultura, afirmou demagogicamente que haverá mais regulações à presença do capital forâneo na Colômbia, multinacionais como a estadounidense Cargilll – a maior comercializadora do mundo de matérias primas agrícolas- empreendeu nas planícies orientais do país um projeto de produção de cereais que involucra 90.000 hectares no departamento do Meta e, já aplicou 100.000 milhões de pesos na compra de terras.

  3. De maneira inaudita, em quanto os negócios que conduzem à propriedade estrangeira sobre a terra são motivo de alarme para a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e, por isso, adverte contra suas consequencias adversas para a população, na Colômbia o fenômeno toma impulso e é visto pelos funcionários estatais não como um problema mas como uma oportunidade. Mas, oportunidade para quem?

  4. Isto não é para alimentar o 12% da população colombiana que padece desnutrição nem para evitar que 5.000 crianças morram de fome a cada ano em nosso país. Não. Isto é para encher os bolsos das multinacionais e de seus subserventes sócios locais, aos que serve este governo e, por suposto, seu ministro de Agricultura.

  5. Não é de estranhar a infeliz frase de Juan Camilo Restrepo quando diz que “não podemos cair nessa exaltação desmedida do nacional diante do estrageiro”. Pedaço após pedaço se estão rifando o país entero: 12.000 hectares para a empresa Mônica Sementes, em Porto Gaitán; 10.000 hectares em Pivijay (estado do Madalena) para o grupo empresarial israeli Merhav, para pôr em archa projetos de produção de etanol; não menos de 1.000 hectares no Madalena Meio para o Grupo Ingacot, que planta milho e soja, alugando terras, que é a outra modalidade do despojo legal...; e, tem casos como a entrega de 100.000 hectares para a sueco-equatoriana MS Timberland Holdings ou Reforestadora a Guácima; à européia Smurfit-Kappa; às chilenas Companhia Agrícola da Serra e Reforestadora do Sinú e, para os fundos de investimentos multinacionais Inverblosques e Forest First, etc. Incluindo fracasados projetos de produção de etanol a partir da beterraba em Tuta (Boyacá) e da cana para fazer rapadura na bacia do rio Suárez, porque resulta que agora os produtos agrícolas não são para resolver a desnutrição nem a fome, mas para gerar biocombustiveis para maquinárias, carros e aviões.

  6. Se não quer vir na Havana, não importa que o ministro responda como se o fizera desde o escritório da Cargill ou da Monsanto, mas o país deve ficar claro do jogo que está fazendo o governo.

  7. Tomara que tenham o valor cidadão de dar-lhe algumas explicações certas ao país, porque até o momento o que tem-se entregue ao povo é uma notificação de que nenhuma das opiniões que se estão vertendo na Mesa de Conversações, nos Fóros e nos espaços de participação do processo de paz, será levada em conta porque, segundo palavraras do ministro, o governo, desde o início tem uma política agrária “que impulsará haja ou não negociações com as FARC e que será feita respeitando o direito privado, respeitando a propriedade privada e respeitando os direitos adquiridos de boa fé”, que é o mesmo que dizer os direitos dos desapropriadores.

    DELEGAÇÃO DE PAZ DAS FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIAS DA COLÔMBIA, EXÉRCITO DO POVO, (FARC-EP).