"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


domingo, 13 de fevereiro de 2011

América Latina se une para enfrentar o império

Em quase todos os países da América Latina, e também aqui no Brasil, houve celebrações, atos políticos e manifestações nas representações diplomáticas da Venezuela, comemorando os doze anos do fi m do neoliberalismo naquele país com a vitória eleitoral de Hugo Chávez e a derrota do governo repressor de Andrés Carlos Perez.

A vitória do desconhecido coronel da reserva Hugo Chávez não foi uma vitória pessoal ou fruto de marqueteiros de aluguel. Sua conquista foi o coroamento de diversas lutas sociais na Venezuela a partir do caracazo, em que a população se levantou contra o neoliberalismo e pagou o preço de milhares de mortos, número até hoje desconhecido.

Em outros países da América Latina, como aqui no Brasil, pipocaram centenas de lutas localizadas, algumas mais massivas e outras mais radicais, que vai desde as manifestações de Seatlle, o levantamento Zapatista, as realizações dos Fóruns Sociais Mundiais, às revoltas contra a privatização da água, energia elétrica etc. em quase todos países de nosso continente.

O resultado deste processo de resistência ao neoliberalismo se transformou em vitórias eleitorais, em que foram eleitos diversos governos antineoliberais e anti-imperialistas.

Chávez representa essa virada. A partir de sua vitória eleitoral e do processo que se iniciou na Venezuela, como a chamada revolução bolivariana, o povo daquele país passou a mobilizar-se permanentemente por um novo modelo de desenvolvimento, que resolva de fato seus problemas. E tivemos também mudanças signifi cativas em quase todos os países da América Latina.

O império estadunidense levou um susto e teve que recuar. Sofreu uma derrota política estratégica ao não conseguir impor o projeto da Alca, que submeteria nossas economias a seus interesses. Outras pequenas vitórias de nossos povos se seguiram.

Depois veio a crise do sistema capitalista, a partir de 2008, que abalou as bases da economia dos EUA. E, como consequência dessa crise, a vitória eleitoral de Obama, um político democrata, de origem afrodescente e com vínculos em lutas sociais de Chicago, que conseguiu derrotar a candidata do sistema Hilary Clinton.

Sua eleição despertou curiosidade e esperança entre os pobres dos EUA e entre as forças progressistas do continente.

Mas o tempo passou e as forças do capital foram retomando sua verdadeira cara. Na política externa, comandada pela derrotada Hilary Clinton, nenhuma mudança. Ao contrário: mais soldados no Afeganistão, no Haiti (apesar do terremoto), mais provocações em todo mundo a partir de suas basesmilitares.

Passada a expectativa, finalmente o presidente Obama retoma seu verdadeiro papel de coordenador político dos interesses econômicos do império e suas empresas.

Num discurso contundente, virulento e imperialista, no Congresso estadunidense, reafi rma perante a imprensa de todo mundo e seu povo a vontade política de recuperar os interesses do império estadunidense e de impor, a qualquer custo, seus interesses frente aos demais povos. Todo mundo deve seguir trabalhando, usando o dólar, para manter a melhoria e o bem-estar apenas dos que vivem nos EUA. As empresas dos Estados Unidos devem reassumir o controle dos mercados e a primazia sobre as demais empresas. O dólar deve continuar regendo os destinos do mundo. Eles usam a maquininha de pintar papel de dinheiro, e os povos do mundo se obrigam a curvar-se para pagar a conta.

Triste papel esse. Agora assumido formalmente.

E as consequências já começam a serem sentidas na tentativa de salvar o regime corrupto e ditatorial de Mubarak no Egito. Assim como tiveram a petulância de enviar o secretario do tesouro para pressionar a presidenta Dilma a fim de que se afaste da China, para que não tenha política externa independente e volte aos braços dos interesses estadunidenses.

Certamente, teremos ainda duros anos de luta pela frente. Pois o império começa a retomar a ofensiva, depois das derrotas sofridas com a ascensão de Chávez.

Felizmente a América Latina trata de unir-se cada vez mais para enfrentar o império. Já está marcada para a primeira semana de julho de 2011 a fundação, em Caracas, da Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac), que vai sepultar a OEA e reunir todos os países do continente com exceção dos EUA e Canadá. A Celac será um importantíssimo instrumento para enfrentar a sanha imperial de recolonizar o continente.

Fonte: Brasil de Fato