"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 20 de novembro de 2010

COMUNICADO DO BLOCO COMANDANTE JORGE BRICEÑO DAS FARC-EP


"OS GRINGOS TIVERAM PAPEL DETERMINANTE NA MORTE DE JORGE BRICEÑO"

Fonte: ANNCOL


Contra todos os prognósticos de debandada das fileiras do Bloco Oriental – hoje Bloco Comandante Jorge Briceño – os homens formados com o exemplo do Mono Jojoy, analisaram cuidadosamente a situação atual e o planejamento para prosseguir após o desaparecimento físico do líder guerrilheiro.

“Ninguém ignora o que significa para o conjunto do movimento revolucionário e das forças progressistas um golpe de tais dimensões, o que isto representa para as FARC e, é claro, de forma particular para o Bloco que ele ajudou a fundar e que comandou com genial capacidade e certeza por mais de duas décadas”.

Leia a saudação do outrora Bloco Oriental para a guerrilha:


Camaradas:

Membros dos EMF, comandos de unidades, comandantes médios, guerrilheiros, milicianos, militantes do partido clandestino, do movimento bolivariano, amigos e simpatizantes.

Ao dirigir a presente, é o nosso desejo expressar a mais cálida e combativa saudação, com motivo da culminância da reunião do EMB. Reunião que iniciamos sob a orientação do Comandante Jorge Briceño e que devemos terminar sem a sua presença física, ao cair vitima de um ataque ao seu acampamento, onde a participação dos gringos teve papel determinante.

Ninguém ignora o que significa para o conjunto do movimento revolucionário e das forças progressistas um golpe de tais dimensões, o que representa para as FARC e, é claro, de forma particular, para o Bloco que ele ajudou a fundar e que comandou com genial capacidade e certeza por mais de duas décadas.

Poderíamos destacar as mais variadas das muitas qualidades do camarada Jorge; mas certamente, entre as mais destacadas era a sua capacidade de interpretar e expressar a forma de pensar e sentir do guerrilheiro raso, que na realidade ele nunca deixou de ser. Autêntico, transparente, direto, não conhecia os melindres daqueles que, ao alcançar posições de destaque, caem na armadilha de sentir-se superiores. Não, pelo contrário, o Mono sempre pensou e atuou como era. Um camponês, um homem do povo. Consciente do seu papel como quadro e condutor revolucionário soube conjugar sua grande responsabilidade com a espontaneidade e sinceridade somente conhecidas nas pessoas dos setores populares. Aqueles que nunca temem dizer a verdade e expressar o que pensam porque nunca esperam obter algo através de afagos e adulações.

Tudo o que conseguiu ser e que projetou sempre foi fruto do seu próprio esforço, da sua imensa capacidade para o trabalho, para elevar-se sobre si mesmo a ponto de se autocorrigir e de se impor metas cada vez mais altas; mas que por satisfação pessoal, como uma forma de contribuir mais e melhor à causa que sempre amou e pela qual deu a vida. A libertação do seu povo.

Sua inquestionável autoridade moral continuará a nós acompanhar por trilhas e caminhos; sua valentia orientará cada combate; seu profundo espírito partidário se fará presente em cada reunião de célula; em cada assembléia estará a sua critica franca e certeira; em todos os balanços se escutará a sua enérgica voz, convidando a ser melhores combatentes; as escolas e cursos terão sua inconfundível marca de fundador de quadros; em cada descanso lembraremos suas sátiras, para o deleite de toda a guerrilheirada.

Ao Comandante, ao Camarada, ao Amigo, sempre o recordaremos de milhares de formas, em todos os momentos, mas jamais o faremos com tristeza, porque toda a sua vida foi um canto de alegria. Além disso, porque uma das suas frases prediletas era aquela em que Julius Fuzick, o mártir comunista checo, disse: “Que a tristeza jamais seja ligada ao nosso nome”.

Nele, no seu exemplo, nos seus ensinamentos, os guerrilheiros farianos sempre encontrarão um guia sobre o dever de ser do combatente e das autoridades de mando. Do dom de comando. Parodiando a palavra de ordem dos pioneiros cubanos sobre o CHE, e a quem ele tanto admirava, as novas e velhas gerações de combatentes devemos dizer: “Seremos como o Mono”.

Seguindo o itinerário traçado pelo camarada Jorge, na ordem do dia da reunião, o Estado Maior do Bloco realizou um estudo cuidadoso dos assuntos previstos, incluindo os estados maiores, comandantes, reajuste dos planos e projeção dos mesmos, à luz das novas realidades do confronto.

Sobre isso podemos afirmar que, apesar da dimensão do golpe recebido, e como uma prova de solidez do trabalho realizado pelo nosso comandante, temos as condições necessárias, desde o ponto de vista material e moral, para cumprir cabalmente os planos que correspondem ao Bloco.

Destacamos em primeira instância a capacidade, firmeza e espírito de sacrifício de toda a guerrilheirada, ressaltando o papel das unidades que tiveram que dar resposta imediata ao ataque do acampamento e aquelas que atualmente continuam enfrentando a ofensiva inimiga com resultados satisfatórios para as nossas forças. Assim, a expressão manifesta de solidariedade por parte de todas as unidades integrantes do Bloco e a disposição de continuara adiante como planejado, com grande espírito de partido e subordinação aos órgãos superiores.

Preencher um vazio tão grande como o deixado pela ausência do Mono Jojoy, somente será possível com a participação decidida, entusiasta, firme e constante de cada um dos guerrilheiros que fazem parte do Bloco que ele fundou e dirigiu com maestria inigualável. Este é um compromisso obrigatório de todos nós e assim devemos sentir-nós em todas as tarefas que desenvolvermos.

Combater mais, estudar mais, trabalhar mais intensamente, cumprir cabalmente com a disciplina, organizar mais o povo, difundir mais nossas idéias, ser mais eficazes na arrecadação de finanças e melhores administradores dos orçamentos, cuidar mais nossas armas e munições, ser mais intolerante diante das falhas e erros, manter uma atitude mais vigilante, ser mais autocríticos; ser melhores no comando e melhores combatentes será a forma prática de recordar Jorge, será a forma prática de reconhecer o seu imenso esforço para fazer de cada um de nós o que ele sempre quis: Verdadeiros quadros comunistas, verdadeiros guerrilheiros farianos.

Nosso compromisso histórico é cumprir com a parte que nós corresponde no desenvolvimento do plano estratégico das FARC-EP, honrando o nome do Comandante Jorge Briceño, que agora passa a ser o nome do Bloco que ele comandou com grande acerto e capacidade.


CAMARADA JORGE BRICEÑO!!!
PRESENTE, ATÉ SEMPRE!!!

JURAMOS VENCER E VENCEREMOS!

Montanhas da Colômbia, Outubro de 2010.
ESTADO MAIOR BLOCO COMANDANTE JORGE BRICEÑO
FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIAS DA COLÔMBIA, EXÉRCITO DO POVO - FARC-EP //