"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

FARC reafirmam que não atacarão forças vizinhas


ANNCOL

Chegou à redação de ANNCOL o seguinte comunicado das FARC-EP para divulgação à comunidade nacional e internacional

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Ao povo irmão do Panamá:

Compatriotas:

A luta que travamos na Colômbia por uma pátria nova, livre e soberana, é a mesma luta de vocês e é o mesmo desejo que impulsiona a luta dos povos de nossa América.

Não podemos esquecer que fomos, e continuamos sendo, irmãos desde a Colômbia de Bolívar, e que, dessa perspectiva, o nosso inexorável destino é a união em uma Grande Nação de Repúblicas. Chegou a hora de retomar esse sonho de Bolívar e de reassumir a tarefa do Congresso Anfictiônico do Panamá.

Em relação ao assassinato a sangue frio e a queima roupa de três guerrilheiros das FARC por membros da Guarda Panamenha em Darién, acontecimento em que também foram capturados outros dois insurgentes feridos, o Ministro do Interior do Panamá disse que seu país não se envolverá no conflito interno da Colômbia, o que saudamos como uma decisão de governo, que se aplicada, sem dúvida contribuirá para a estabilidade da região.

É possível que o governo ignore que a Guarda desenvolve patrulhas conjuntas com o exército da Colômbia na fronteira. Que essa força é dirigida, na prática, pelo comando do exército colombiano, cujos oficiais visitam periodicamente as tropas na região e lhes designam tarefas contrainsurgentes. Que este trabalho é desenvolvido em estreita coordenação com os fuzileiros navais dos EUA cuja base se encontra na região. Esta atitude contrasta com a passividade absoluta da Guarda Nacional do Panamá e a cumplicidade do exército e do governo colombiano, quando os grupos paramilitares assolaram a região durante mais de uma década, assassinaram, desalojaram e deslocaram de suas terras a milhares de camponeses e indígenas dessa região da fronteira.

Como resultado desta política, inexplicavelmente agressiva contra as FARC, denunciamos os seguintes casos:

1. Através de uma estação de radio chamada "Voz Sem Fronteiras”, convida-se aos guerrilheiros a desertar e apresentar-se à guarnição militar próxima.

2. Copiando as práticas do exército colombiano, helicópteros da Guarda jogam panfletos com as fotografias dos comandantes do 57º Frente das FARC, oferecendo 150 mil dólares como recompensa para quem os entreguem ou assassinem.

3. Em 22 de fevereiro de 2008, depois de passar dois dias à deriva, cinco guerrilheiros e um civil que haviam naufragado em águas colombianas, a nove milhas da costa, foram resgatados pela Guarda e levados para Jaque. Quando se aproximavam do porto simularam uma ação bélica com tiros para mostrar-los à mídia como capturados em combate. No momento do naufrágio os guerrilheiros portavam seus respectivos equipamentos como fuzis, uniformes e alguns explosivos. As autoridades disseram à imprensa que tinham impedido uma ação armada das FARC no Panamá, e inventaram que a lancha que utilizavam transportava drogas.

4. Em dezembro de 2008, a Guarda emboscou um comando da 57º Frente das FARC que resultou em três guerrilheiros feridos e um capturado. Este último ainda está detido em uma prisão panamenha.

5. Em julho de 2009, as autoridades do Panamá extraditaram os guerrilheiros Abel, Ronald e Diana para os EUA, sob a falsa acusação de narcotráfico, para responder às intrigas do presidente dos falsos positivos, o mafioso Álvaro Uribe Vélez.

Para os panamenhos e panamenhas dizemos que, por cima dessa hostilidade injustificada, que aspiramos seja corrigida, está nossa política de fronteiras, que ordena ao guerrilheiro das FARC não atacar as forças armadas de países vizinhos.

Nosso coração sempre abrigou sentimentos de admiração pelo general Omar Torrijos, a quem lembramos pelo seu amor inabalável à pátria soberana e ao homem e mulher panamenhas e pelo seu exemplo de dignidade, que nos ensinou que, na enseada da Nossa América, não deve nunca tremular a bandeira da opressão dos EUA e que este solo não pode ser manchado pela presença de tropas ianques.

Para o povo do panamenho, o nosso grande abraço bolivariano.

Estado Maior do Bloco Ivan Rios das FARC-EP
Montanhas da Colômbia, 9 de fevereiro de 2010
Bicentenário da Proclamação da Independência