"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

PCC:"Expandir a base da unidade para a mudança democrática"

Rebelião


A realidade econômica, social e política do país confirmam as afirmações sobre o impacto da crise econômica do sistema capitalista e o agravamento da situação da maioria da população, em particular dos trabalhadores, por efeito do modelo baseado na segurança democrática, a confiança do investidor, a chamada coesão social e o Estado comunitário. Nem o país estava blindado, como alardeavam os porta-vozes oficiais, nem é verdade que o pior já passou. O regime de uribista cavalgou num ambiente econômico externo favorável, mas esta circunstância não existe mais. No fim de seu segundo mandato, as medidas governamentais mostram suas brutais entranhas de classe favorecendo, subsidiando ou dispensando de seus impostos os mais ricos e as corporações transnacionais. Prepara-se um pacote de medidas trabalhistas, previdenciárias e em matéria de saúde que irão favorecer o desemprego, a instabilidade trabalhista, a informalidade, o desconhecimento dos direitos trabalhistas, o empobrecimento das famílias, a falta de escolaridade e falta de esperança dos jovens.

Neste contexto, o imperialismo deu um passo adiante na América Latina após o seu claro compromisso no golpe contra o presidente legítimo de Honduras. Impôs sobre a Colômbia as condições de um vergonhoso acordo de cooperação militar de caráter ilegal, encarnado na utilização de sete bases, cinco aéreas e duas navais, que transforma o território nacional numa plataforma da política intervencionista do Pentágono e o Estado num apêndice de suas provocações contra os países irmãos do continente, em particular contra o processo de mudança que avança na Venezuela.

O governo Uribe é o executor de semelhante traição à soberania que agravou o clima de desconfiança, a provocação e a tentativa de confrontar dois povos irmãos. Washington tentou justificar-se ao acusar a Venezuela de cumplicidade com o terrorismo e o narcotráfico, como parte de uma estratégia de guerra preventiva, rejeitada por todo o continente. Os comunistas, internacionalistas conseqüentes, reafirmam o caminho da amizade e da solidariedade bolivariana, chamam para unir todos os esforços dos povos e dos governos latinoamericanos para expulsar a presença ianque das bases destinadas à defesa da soberania; a rejeitar a IV Frota em águas continentais; a reafirmar a solução política e o diálogo entre colombianos para alcançar a paz sem interferência dos EUA; a consolidar a cooperação e a convivência pacífica entre os povos e o seu pleno direito de adotar o sistema social e político que livremente escolham.

O regime de uribista tem se consolidado como a da pior corrupção, oportunismo e desconhecimento da legalidade dominante. A repressão, legal e ilegal, mostrou sua realidade escandalosa nas alegações de espionagem do DAS, as ligações dos órgãos de segurança com o paramilitarismo, os assassinatos de sindicalistas, as ameaças nos bairros e universidades, o assinalamento aos defensores dos direitos humanos, a persistência dos crimes de Estado, em paralelo com a impunidade que protege os altos responsáveis. Cresce o número de presos políticos nas cadeias, as violações dos direitos humanos, os bombardeios sobre populações civis e a negação do direito internacional humanitário, o que torna mais urgente a solução política e o diálogo para o intercambio humanitário.

Uribe se aferra à reeleição por meio de referendo, amplamente deslegitimado pelas investigações judiciais e os arranjos fraudulentos. Na sua defesa, defende o estado de opinião, o que implica apoiar-se em pesquisas favoráveis e passar por cima da Constituição e da lei. De fato, sucessivas contrarreformas constitucionais têm enxugado ainda mais a Carta e a atuação ditatorial gerou confrontos com a Suprema Corte. Ao se recusar a continuar governando como antes e configurar um sistema arbitrário de contenção social, contrário às mudanças democráticas necessárias, as classes dominantes procuram fechar o caminho das forças populares.

A luta popular tem-se expressado fortemente no seio dos povos indígenas, nas greves de trabalhadores, as mobilizações dos professores e universitários, o encontro de Cali pelo acordo humanitário e as manifestações contra as bases ianques. A tarefa do momento é a luta social e política que coloque no centro a campanha eleitoral para avançar no rumo de um governo democrático e popular que substitua e corrija as diretivas beligerantes. Seu compromisso com a solução política é inseparável das reformas essenciais, particularmente a da reforma agrária democrática, a expansão dos direitos e liberdades, o respeito pelos direitos humanos, as medidas para enfrentar a crise econômica, a espoliação dos trabalhadores e suas efeitos na população. O Pólo Democrático decidiu por uma candidatura presidencial do senador Gustavo Petro e deve convocar, em torno de seu programa democrático, as forças do povo e dos setores políticos dispostos a comprometer-se com as mudanças. Entendemos a consulta com outras forças como um processo de acordos e compromissos para com os interesses populares rumo às mudanças democráticas. O Congresso do Povo pode ser o cenário que reafirme a candidatura presidencial unitária da esquerda.

Para os comunistas é um dever trabalhar para fortalecer a sua presença como uma força unitária do Pólo, comprometida com sua orientação de esquerda e com uma representativa ação parlamentar. Para o Senado levantamos o nome provado de Gloria Inés Ramírez; para a Câmara em Bogotá, a candidatura de Carlos Lozano; de Cundinamarca, Ever Rodriguez e Romero Omar em El Valle; assim como aliados em outros departamentos com o compromisso de apoiar Gloria Inés Ramirez e à presidência de Gustavo Petro.

Hoje, a luta por um novo país significa uma ampliação dos processos unitários, a ação conjunta de novas forças, especialmente quando o Império ultraja e pretende submeter à Colômbia e os irmãos latinoamericanos. O PCC convoca os colombianos (as), de todos os partidos e setores da sociedade, para construir o caminho para as mudanças democráticas, da paz com justiça social, da solidariedade continental, para honrar os 80 anos de sua existência nas comemorações do bicentenário das lutas libertadoras.


FORA AS BASES IANQUES DA COLÔMBIA!
VIVA O PÓLO DEMOCRÁTICO ALTERNATIVO!
VIVA A UNIDADE DO POVO COLOMBIANO!

Bogotá, 27 de novembro de 2009.