"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 18 de julho de 2009

Piedad Córdoba catalogou de ''vergonhosa'' a presença de bases dos EUA na Colômbia

A desculpa da presença de bases norteamericanas em países sul-americanos é que sua finalidade é a luta contra o narcotráfico. Entretanto, Córdoba explicou a TeleSUR que esta batalha "é um fracasso total, e não sou quem o diz, o próprio informe da Organização das Nações Unidas (ONU) o faz (...) o próprio Departamento de Estado, ou seja que não vejo que isso possa significar um avanço", pelo contrário, ela considera que é uma “ameaça” para a região”.

TeleSUR 06 horas atrás


A senadora colombiana Piedad Córdoba manifestou que são "vergonhosos" para a população do país sul-americano "os acordos que o Governo tem feito por debaixo dos panos" para que os EUA possam usar bases colombianas, negociados entre ambos os países.

"É muito vergonhoso para os colombianos e colombianas o anuncio que conhecemos através da Revista Cambio, importante revista colombiana, dos acordos que o nosso Governo vem fazendo por debaixo dos panos", dize Córdoba em entrevista exclusiva a teleSUR.

Sob este ângulo, o senador Juan Manuel Galán, do Partido Liberal, anunciou nesta sexta-feira que citará vários ministros do Governo para que expliquem diante do Congresso os alcances do acordo.

Galán, porta-voz do partido, explicou que se prevê incluir o tema do acordo com os EUA na ordem do dia da sessão do Congresso da próxima segunda-feira.

"Estamos pensando convocar um debate de controle político" aos ministros do Interior, Fabio Valencia, das Relações Exteriores, Jaime Bermúdez e da Defesa, Freddy Padilla, "para que dêem explicações dos alcances desse acordo", comentou Galán.

Enquanto isso, a senadora Córdoba detalhou que também que a tropa estrangeira que vai permanecer na Colômbia necessita de permissão e da autorização do Senado da República "até o momento o Congresso não foi informado".

"É muito penoso, pois tem a ver com a dignidade e a soberania do povo colombiano, mas também porque na América Latina hoje, os governos pronunciam-se com toda a autonomia e o respeito pelo seu território e independência", assegurou a senadora.

A desculpa para a presença das bases norteamericanas em países sul-americanos é que a sua função é a luta contra o narcotráfico. Entretanto, Córdoba explicou a teleSUR que esta batalha "é um fracasso total, e não sou quem o diz, o próprio informe da Organização das Nações Unidas (ONU) o faz (...) o próprio Departamento de Estado, ou seja que não vejo que isso possa significar um avanço", pelo contrário, ela considerou que é uma "ameaça" para a região.

Por outro lado, "se essa é a luta antiterrorista, o que esta claro no país é que cada vez é maior o número de pessoas que apóiam a saída política e negociada, e não aqueles que apóiam pôr em risco a segurança dos países vizinhos", explicou Piedad Córdoba.

"Mas, fundamentalmente, é muito vergonhoso porque ficamos como servos do império, obedecendo suas ordens, servido de fura greve, entregando-lhes o território e submetendo a dignidade", afirmou.

O senador Juan Manuel Galán acrescentou às suas declarações que "em nenhum momento houve sessão de informações ao Congresso" sobre o convênio e sustentou que um dos pontos de maior preocupação no seu partido é a "imunidade" que os militares norteamericanos que utilizem as bases colombianas poderão ter.

O convênio em negociação estabelece que os EUA possam usar as bases colombianas de Malambo, no norte do país, Palanquero e Apiay, estas no centro da Colômbia, para atividades antidrogas, segundo se planeja.

A pedido da Colômbia, poderia se acrescentar ao acordo outras duas bases onde já existe pessoal norteamericano: Larandia (ao sul) e Tolemaida (centro). Piedad Córdoba, entretanto, reiterou que está "totalmente em desacordo" e o seu "absoluto rechaço" à medida. Nesse sentido, dize que mesmo que as pessoas que não estão de acordo se pronunciem "perderemos no Senado da República".

"Pero estos son más elementos que nos dan argumentos para buscar cada momento, cada minuto de nuestras vidas un proyecto alternativo y una salida política al conflicto y la búsqueda de un mundo mejor para Colombia", concluyó la Senadora.

"Tudo isso são mais elementos que nós dão argumentos para buscar, a cada momento, a cada minuto das nossas vidas, um projeto alternativo e uma saída política ao conflito e à busca de um mundo melhor para a Colômbia", concluiu a Senadora.


Vítimas colombianas

Outra problemática que este assunto apresenta são as vitimas, que já mostram preocupação pela chegada de outros 1.400 uniformizados, de crimes cometidos por militares norteamericanos.

Neste sentido, Olga Lucía Castillo denunciou que sua filha, em 26 de agosto de 2006, foi violentada pelo Sargento Michael Coen e pelo empreiteiro César Ruiz, ambos do Exército norteamericano, em missão militar do Plano Colômbia.

Os militares estavam lotados na Base Militar de Melgar, a 100 km de Bogotá, onde residia a família Castillo.

"A raptaram, drogaram e levaram para a Base Aérea de Melgar. A violentaram e fizeram vídeos que não consegui encontrar", relatou a mãe da vitima.

Olga Lucía Castillo investigou o crime por conta própria e fez a denuncia aos superiores dos militares, a quem apresentou provas do aceso carnal violento do qual foi vitima a sua pequena filha. Em resposta, assegurou que recebeu ameaças e intimidações.

"Eles começaram a perseguir-nos. Depois de denunciá-los, me intimidaram", declarou a mãe da vitima. Em vista da situação, decidiu fugir de Melgar, mas não deixou de fazer a denuncia.

Foi à Procuradoria colombiana, à Defensoria e à Promotoria, de quem recebeu um oficio no mês de abril passado. Segundo o documento, o processo contra os militares foi transferido para os EUA porque, na Colômbia, estes gozam de imunidade diplomática.