"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sexta-feira, 3 de julho de 2009

NYT: OEA negocia anistia em troca do retorno de Zelaya

Enquanto o impasse entre Honduras e o resto do mundo se agrava, silenciosas negociações transcorreram reservadamente na quarta-feira visando preparar o terreno para um possível retorno do presidente derrubado", diz o jornal.

O jornal narra a veemente e unânime reprovação do golpe hondurenho pelos 34 países-membros da OEA, na madrugada de terça-feira. "Diplomatas disseram que raramente viram os líderes do hemisfério tão solidamente unidos em torno de uma causa comum", diz o NYT.


"As intenções que transpiraram"

No entanto, prossegue o diário novaiorquino, funcionários da OEA – cujos nomes não são citados – disseram ter iniciado na quarta-feira discussões informais com "atores políticos próximos ao novo governo" visando "achar um terreno comum para uma solução pacífica".

"As intenções que transpiraram incluem uma oferta de anistia para os responsáveis pela derrubada de Zelaya, em troca do seu retorno, e uma garantia de que o presidente não buscará obter outro mandato", afirma o NYT.

Parlamentares hondurenhos, que ajudaram a empossar o presidente de fato Roberto Micheletti no lugar de Zelaya, segundo o NYT "também estão discutindo meios para chegar a um compromisso entre eles para reempossar Zelaya, uma exigência central da Assembléia Geral da ONU".


O que dizem no governo Obama

O diário ouviu igualmente funcionários do governo dos Estados Unidos, também sem dar seus nomes: "O clima de aguda divisão política em Honduras dificulta qualquer solução rápida. Mas um funcionário de alto escalão da administração Obama previu que o governo provisório não teria condições de resistir por muito tempo à crescente pressão internacional".

"Esse tipo de golpes não dura muito no século 21", diz a fonte governamental do NYT. "É muito difícil um país como Honduras manter esse tipo de posição face a uma esmagadora rejeição do mundo, e especialmente da região e dos seus maiores parceiros comerciais", agrega a matéria dos jornalistas Marc Lacey, enviado a Tegucigalpa, e Ginger Thompson, de Washington.

"Os EUA, que fornecem milhões de dólares de ajuda a Honduras, são o único país da região [das Américas] que não retirou seu embaixador de Honduras. A França, a Espanha e a Itália chamaram seus embaixadores", diz o jornal."Existe muita preocupação de não atingir o povo de Honduras mais do que ele já foi atingido", comenta o funcionário governamental.


O que é inegociável

O mundo tem observado tanto a condenação do golpe como as cautelas por parte de Washington. Assim como tem tomado nota dos pronunciamentos mais incisivos do presidente Barack Obama, se comparados com aqueles bem menos condenatórios da secretária de Estado Hillary Clinton.

O que é inegociável, conforme tem sido proclamado publicamente, pela ONU e a OEA, é o retorno do presidente ao cargo para o qual foi eleito. O que representará a derrota da tentativa de golpe, e permitirá que os hondurenhos tirem as suas lições do truculento episódio, inclusive quando comparecerem às urnas nas eleições marcadas para novembro.

Já o compromisso de não haver novo mandato vem sendo publica e repetidamente proclamado por Zelaya, antes e depois do golpe. E à anistia tem sido um recurso comum em processos de redemocratização – ainda que, neste momento, inúmeros manifestantes hondurenhos exibam cartazes pedindo cadeia para "Pinocheletti" e seus cúmplices. Porém se as concessões passarem desses limites, é provável que sirvam como o prelúdio de novas truculências da oligarquia local, que tem ojeriza a mudanças e por isso levantou-se em armas contra a proposta de uma Assembléia Constituinte.


Da redação, com The New York Times

Fonte: vermelho.org.br