"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 21 de fevereiro de 2009

Senador Petro, a estrela?

... Petro ameaça a si mesmo por uns artigos de Anncol.....

Editorial/SemanarioVOZ/Fevereiro 18

"O que querem Petro e Lucho quando dizem que contam com a maioria dos delegados e que por isso são eles, deixando de contar a esquerda, que devem tomar as decisões “nas alturas” a partir de arranjos políticos para levar o Pólo ao fim dos acordos sobre o fundamental com os setores centristas e da “direita moderada”?
O debate interno para o Segundo Congresso do Polo Democrático Alternativo que se realizará a próxima semana em Bogotá no meio de uma enorme expectativa nacional e internacional, deve ter clareza e honestidade em todos os setores que participam dele, porque é evidente a intenção da direita de dividir a principal força de oposição e de opção democrática e popular, a partir da campanha da “grande imprensa” que fomenta as posições dúbias e excludentes em seu interior.

O que querem Petro e Lucho com o golpe de que contam com a maioria dos delegados e por isso são eles, sem contar com a esquerda, os que devem tomar as decisões <> a partir de composições políticas para levar o Pólo a se submeter a acordos sobre o fundamental com os setores centristas e da <>?


RPETINDO

Pelo menos Lucho foi mais claro. Sem precisar se alongar muito na discussão chegou ao ponto de dizer que no Pólo não devem coabitar as forças que o compõem agora, mas simplesmente adotar com “realismo” o modelo espanhol em que há uma “esquerda” reformista e pré-capitalista como o PSOE e outra “radical”, como Esquerda Unida e isso deve aceitar-se sem tanto dramatismo.

Neste sentido, o senador Petro, adotado transitoriamente como a estrela do Congresso do PDA pela grande imprensa, se movimenta com propostas gelatinosas e ao vaivém das circunstâncias. De propor uma aliança, inclusive com Uribe, para derrotar a guerrilha que segundo ele é o pior problema do país, agora aparece com uma proposta em que reduz a direção do Pólo a um só setor, com o propósito desesperado de ter uma maioria que controle o congresso e lhe permita a expulsão da “extrema esquerda”. Na sua nova proposta, argumenta que os inimigos são Uribe e as FARC, cedendo um pouco ao comercial do absurdo de sua pretensa aliança com o uribismo.
Se houvesse um critério unitário em Petro e seu pequeno grupo, que diz ter a maioria dos delegados, simplesmente faria a proposta ao conjunto do Pólo para formalizar um acordo político democrático, que garanta a unidade em função do interesse nacional e de saídas programáticas avançadas à crise, independentes da oligarquia e de setores reformistas de direita.
O pior que aconteceu a este país é o uribismo, que pretende perpetuar-se, precisamente estimulando a divisão da esquerda e colocando como inexorável a reeleição do messias ultra direitista ou de seu herdeiro. É o que se conhece como o uribismo sem Uribe.
O governo da “segurança democrática” aprofundou a fissura social e a guerra, que na atualidade, degradada e desenfreada, não encontra uma via política de solução negociada como propõem os setores democráticos do país. O problema não é a guerrilha como acha Petro na sua posição delirante, mas promover a saída política do conflito, que não pode ser outra que pela via de um tratado de paz que assegure mudanças políticas, econômicas e sociais de fundo, além que retornar à Constituição de 91 que é um objetivo limitado. A Carta Política deve ter novos desenvolvimentos constitucionais no marco da democracia avançada e uma virada na parte neoliberal que foi o aporte do “gavirismo” liberal à mesma.
O futuro do Pólo está na unidade. Na sua composição não pode haver exclusões e excomunhões, mas acordos políticos reais que fortaleçam seu papel de opção transformadora democrática e popular.

O debate de idéias deve ser construtivo e democrático, longe da guerra suja similar à política tradicional, como diz o professor Carlos Gaviria em reportagem nesta mesma edição, porque enquanto Petro ameaça a si mesmo por uns artigos de Anncol, de seus apontamentos à esquerda de ter alianças com a guerrilha se derivam graves ameaças das “Águias Pretas” contra Carlos Gaviria, Carlos Bula e outros membros da direção do PDA, que não mereceram sua rejeição.
O debate está viciado, mas ainda é hora de retificar se o que se quer é um Pólo conectado com o interesse nacional e com a transformação democrática do país, longe de conchavos com a direita e de alianças com o reformismo burguês que pretendem manter o bloco dominante às custas de cooptar também à esquerda com o conto do “acordo nacional”.