"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


domingo, 2 de novembro de 2008

Os candidatos realmente a favor do povo nos EUA

As eleições e a responsabilidade do intelectual para com a verdade


– Doze razões para rejeitar Obama e apoiar Nader/McKinney

As eleições presidenciais nos EUA, mais uma vez, apresentam um teste ácido para a integridade e a coerência dos intelectuais estado-unidenses. Se o dever e a responsabilidade do intelectual público é dizer a verdade ao poder, as recentes declarações da maior parte dos nossos bem conhecidos e prestigiados sábios públicos fracassaram miseravelmente. Aos invés de destacar, revelar e denunciar as reaccionárias políticas externa e interna do candidato do Partido Democrata, senador Barack Obama, eles preferiram apoiá-lo, "criticamente", apresentando como desculpas que mesmo "diferenças limitadas" podem resultar em resultados positivos, e que "Obama é o mal menor" e "cria uma oportunidade para uma possibilidade de mudança".

O que faz estes argumentos indefensáveis é o facto de os pronunciamentos públicos de Obama, seus principais conselheiros políticos, e prováveis decisores políticos no seu governo, definirem abertamente uma política externa mais belicosa e uma política económica interna profundamente reaccionária alinhada com Paulson-Bush-Wall Street. Quanto às grandes questões da guerra, da paz, da crise económica e do ataque brutal aos salários e à classe assalariada estado-unidense, Obama promete estender e aprofundar as políticas que a maioria dos americanos rejeita e repudia.

Doze razões para rejeitar Obama

1- Obama pública e reiteradamente promete escalar a intervenção militar dos EUA nos Afeganistão, aumentando o número das tropas estado-unidenses, expandindo as suas operações e empenhando-se em sistemáticos ataques trans-fronteiriços. Por outras palavras, Obama é mais fomentador da guerra do que Bush.

2- Obama declarou publicamente que o seu regime estendera a "guerra contra o terrorismo" através sistemáticos ataques em grande escala, por terra e por ar, ao Paquistão, portanto escalando a guerra para incluir aldeias e cidades consideradas simpáticas à resistência afegã.

3- Obama opõe-se à retirada das tropas estado-unidenses no Iraque preferindo a sua redisposição; a relocalização das tropas dos EUA das zonas de combate para posições de treino e logística, condicionada à capacidade militar do exército iraquiano para derrotar a resistência. Obama opõe-se a uma data claramente definida para a retirada das forças estado-unidenses no Iraque porque estas tropas são essenciais para prosseguir suas políticas gerais no Médio Oriente, as quais incluem confrontações militares com o Irão, Síria e Sul do Líbano.

4- Obama declarou seu apoio incondicional à posição do lobby pró Israel e às políticas de expansionismo colonial e belicosas do estado judeu. Ele prometeu apoiar ataques militares israelenses seja qual for o custo para os EUA. O seu abjecto servilismo a Israel foi evidente no seu discurso na conferência anual da AIPAC, em Washington, 2008. Conselheiros principais que têm antigas e notórias ligações aos escalões de topo das fábricas de propaganda sionista e aos presidentes da Leading Jewish American Organizations escreveram o discurso e formularam a sua política para o Médio Oriente.

5- Obama prometeu atacar o Irão se este continuar a processar urânio para os seus programas nucleares. Por duas vezes, poucas semanas antes das eleições, o candidato companheiro de Obama, Joseph Biden, explicou uma série de "pontos de conflito" (incluindo Irão, Afeganistão, Paquistão, Rússia e Coreia do Norte) enfatizando que Obama "responderia vigorosamente". Entre os conselheiros senior de Obama para o Médio Oriente incluem-se sionistas importantes como Dennis Ross, estreitamente ligado ao "Bipartisan Policy Center", o qual publicou um relatório que serve como um plano para a guerra contra o Irão. A oferta de Obama para negociar com o Irão é pouco mais do que um pretexto para a emissão de uma ultimatum ao Irão para abdicar da sua soberania ou enfrentar um assalto militar maciço.

6- Obama apoia incondicionalmente a expulsão de palestinos cometida por Israel e a expansão de colonatos judeus na Cisjordânia, a principal causa da hostilidade, guerra e descrédito da política estado-unidense na Médio Oriente. Com três dúzias de "Israel em primeiro lugar" (Israel-Firsters) entre os principais organizadores da sua campanha, conselheiros políticos de topo, redactores de discursos e entre os prováveis candidatos para posições ministeriais, não há virtualmente nenhuma esperança de "influenciar a partir de dentro" ou de "aplicar pressão popular" para mudar a servil submissão de Obama à Configuração do Poder Sionista. Ao apoiar Obama, os "intelectuais progressistas" são, com efeito, aliados dos seus mentores sionistas.

7- Na frente interna, os conselheiros económicos chave de Obama têm credenciais da Wall Street impecáveis. Ele deu endosso cego e imediato ao salvamento de US$700 mil milhões com dinheiro dos contribuintes, do secretário do Tesouro Paulson, aos mais ricos bancos de investimento dos EUA. Obama sequer desafiou Paulson ou os bancos quanto à utilização dos fundos federais para buyouts e aquisições ao invés de serem usados para empréstimos e créditos a produtores e proprietários de casas. O endosso de Obama ao salvamento de Paulson e da Wall Street é equivalente às suas misérrimas propostas para suspender arrestos por um período de três meses, durante as re-negociações dos pagamentos de juros. Obama propõe aumentar as transferências de fundos do governo para instituições financeiras mal administradas e corporações capitalistas em bancarrota, em esforços para salvar o capitalismo fracassado ao invés de defender quaisquer novos programas de investimento público em grande escala e a longo prazo os quais gerariam empregos bem pagos para os trabalhadores.

8- A equipe económica de Obama declarou abertamente abraçar e praticar a ideologia do "mercado livre" e a sua oposição a qualquer esforço para aplicar injecções de fundos governamentais em grande escala em actividade produtivos do sector público e em serviços sociais diante do fracasso generalizado, a corrupção e o colapso do sector privado.

9- Obama abraça os fracassados planos de saúde do sector privado, dirigidos e controlados por companhias corporativas de seguros, médicos conservadores, associações de hospitais e a grande indústria farmacêutica. Ele rejeita publicamente um programa universal nacional de saúde modelado de acordo o bem sucedido programa Federal Medicare, preferindo os ineficientes planos privados lucrativos subsidiados pelo estado que são custosos e para além dos meios de um terço das famílias dos EUA.

10- Obama é e continua a ser um advogado da Big Agro e do seus altamente subsidiados e lucrativo programa etanol, o qual aumentou os preços dos alimentos para milhões nos EUA e para centenas de milhões no mundo.

11- Obama advoga a continuidade do embargo criminoso contra Cuba, a confrontação hostil contra o populista presidente Chávez da Venezuela e outros reformadores da América Latina e a política dúplice de promover o proteccionismo internamente e o acesso ao livre mercado na América Latina. Seus conselheiros políticos chave sobre a América Latina propõem mudanças cosméticas no estilo e na diplomacia mas um apoio implacável para a reafirmação da hegemonia dos EUA.

12- Obama não propôs, nem tão pouco seus conselheiros de livre mercado e os multimilionários das finanças que o apoiam, qualquer plano abrangente ou estratégia para escaparmos ao aprofundamento da recessão. Ao contrário, o rol de medidas fragmentárias apresentadas por Obama não têm consistência interna. A austeridade fiscal é incompatível com a criação de empregos; o salvamento da Wall Street drena fundos do investimento produtivo; e prosseguir novas guerra mina a recuperação interna.

CONCLUSÃO

Os intelectuais que, em nome do "realismo", apoiam um político que pública e abertamente abraça novas guerras, salvamentos multimilionários e programas de saúde dirigidos pelo sector privado, para o lucro, estão a repudiar as suas próprias afirmações de serem "críticos responsáveis". Eles são o que C. Wright Mills chamava "realistas da corda" ("crackpot realists"), que abdicam da sua responsabilidade como intginalizou ou excluiu sem rodeios os candidatos alternativos, Ralph Nader e Cynthia McKinney , que falam abertamente em oposição à guerra e aos salvamentos da Wall Street, propondo investimento genuíno em grande escala na economia interna, um programa universal de saúde com pagamento por um único fundo (single payer), políticas sustentáveis electuais críticos. Tendo em vista apoiar o "mal menor" eles estão a promover o "mal maior". A continuação de mais quatro anos de aprofundamento da recessão, de guerras coloniais e de alienação popular. Além disso, eles são aliados dos mass media, grandes partidos e do sistema legal que mare pró ambiente, e políticas em grande escala e a longo prazo de redistribuição do rendimento.

O que é obtuso e inaceitável na argumentação destes intelectuais (uma espinha insignificante no traseiro do burro democrata) é que por um instante acreditam que o seu "apoio crítico" à máquina política de Obama abrirá espaço para ideias radicais. Os sionistas e militaristas civis controlam totalmente a política de guerra de Obama no Médio Oriente: Não haverá espaço para a paz com o Irão, Palestina, Paquistão, Afeganistão ou Iraque. A Wall Street controla a política financeira de Obama: Não haverá espaço para alguns progressistas de Cambridge darem uma esmola para as famílias que estão a perder as suas casas.

Se tesourarias sindicais multimilionárias gastaram uma centena de milhão de dólares em cada campanha presidencial, o que não garantiu uma única peça de legislação progressista em mais de 50 anos, não será ilusório os nossos progressistas "intelectuais públicos" imaginarem, no seu esplêndido isolamento, poderem "pressionar" o presidente Obama a renunciar aos seus conselheiros, apoiantes e à defesa pública da escalada militar a fim de seguirem o caminho da paz com o Irão e promoverem a justiça social para os nossos trabalhadores e desempregados?

O artigo encontra-se em Global Research.