"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 25 de novembro de 2008

As Farc não respondem militarmente ao Exército equatoriano

Em vida, Raúl Reyes respondeu uma entrevista da ANNCOL sobre as fronteiras. Cobra atualidade em relação às últimas declarações do bolivariano presidente do Equador, Rafael Correa: “Senhores das FARC, chega de brincar com fogo”, porque “Equador saberá responder” perante qualquer ação que afete o país ou os equatorianos, disse Correa.

Raúl Reyes afirmou, em entrevista concedida à jornalista da Anncol, Allende La Paz, as intenções de Bush em invadir a Venezuela: “As FARC-EP condenarão com energia e oferecerão sua solidariedade incondicional...”

O guerrilheiro assassinado qualificou Uribe Vélez como “um perigoso escudeiro da política yankee na região sul do nosso continente”. As Farc não se sentem órfãs no plano internacional, “cada expressão de solidariedade internacionalista nos servem de estímulo”, aponta em referência à estréia do documentário “Guerrillera Girl”, estreada recentemente na Suécia.

[Allende La Paz/ANNCOL]

1. Comandante Raúl Reyes: Segundo a publicação do El Tiempo, que reproduz declarações do general Gonzalo Meza, no sentido de que membros das Farc enfrentaram o exército equatoriano e foram desalojados da zona de Santa Rosa dos Cofanes, em Sucumbios, na fronteira Colombo-equatoriana. Que informação as Farc podem dar a respeito?

As unidades guerrilheiras das FARC-EP em nenhum momento responderam militarmente ao exército equatoriano. O que existe sim são fortes pressões de Uribe sobre o Presidente Palacio, com a clara intenção de obrigar o Equador a participar do conflito interno colombiano, com o qual os irmãos equatorianos são muito alheios e muito respeitosos. Ao invés disso, é sabido que o exército colombiano, por diversas vezes, premeditadamente violou a soberania dos equatorianos, com a desculpa de combater nossos homens.

2. A guerrilha das FARC realiza operações militares nos países fronteiriços com a Colômbia?

Em nome do Secretariado das FARC-EP, ratifico mais uma vez nossa política de abster-nos de realizar operações militares em território dos países vizinhos e irmãos da Colômbia, respeitamos suas autoridades e cumprimos com o princípio de livre auto-determinação dos povos, ao mesmo tempo em que agradecemos sua reciprocidade e compreensão pelos desmandos involuntários que se possam apresentar ocasionalmente, durante o calor do conflito interno colombiano.

3. Ou seja, as Farc continuam levando em consideração a sua” Política de Fronteiras”?

A política de Fronteiras das FARC-EP tem sido cumprida e será cumprida cabalmente como prática revolucionária coerente com os princípios de organização do povo, no propósito de fazer das fronteiras verdadeiros antros de paz, irmandade e fraternidade com todos os vizinhos da Colômbia.

4. O que pretendem então os meios de comunicação burgueses, ao propagandear esse tipo de coisa?

Os grandes meios de comunicação na Colômbia são caixa de ressonância da chamada política de Segurança Democrática de Uribe, que não passa da guerra total, com a pretensão de assegurar sua reeleição presidencial, em benefício das minorias que usufruem do dinheiro e do poder estatal.

5. Isso mostra um certo desespero, por parte do generalato e do presidente Álvaro Uribe , porque as FARC vêm destruindo seus planos militares?

Inegavelmente, pelo fato de estarmos próximos das eleições do dia 7 de agosto, data em que Uribe deve entregar a presidência ao seu sucessor, cresce o desespero no presidente e em seus generais, pela evidente ausência de resultados nos combates contra as guerrilhas das FARC.

6. No âmbito político, significa o desespero do candidato-presidente pelo fato das ações político-militares das FARC desbaratarem seus propósitos reeleicionistas?

O desespero do governo é total, por conta dos resultados adversos, em seu incumprido compromisso com os que o fizeram presidente, quando se comprometeu com eles a acabar ou debilitar a guerrilha das FARC, para logo forçá-la a aceitar seus indignos propósitos. Ignorando que nossa luta política é justa e, por isso, apoiada e acompanhada pela maioria da população pobre e progressista de nossa pátria.

7. As FARC têm reiterado sua proposta de um Novo Governo de Reconstrução e Reconciliação Nacional, contida na Plataforma dos 10 pontos? Esta proposta vai mais além das próximas eleições?

Nossa proposta de formar um Novo Governo de Reconstrução e Reconciliação Nacional, contida na Plataforma dos 10 pontos, vai muito além das eleições, pois trata-se de uma autêntica proposta de paz com justiça social, com respeito por nossa soberania nacional, onde este governo seja garantia principal desta empresa das maiorias, dos despossuídos, explorados, humilhados e agredidos pelo atual governo fascista de Álvaro Uribe Vélez.

8. Qual é o papel dos Estados Unidos ao apoiar um candidato a presidente com inocultáveis ligações com a máfia do narcotráfico e o paramilitarismo? É Uribe a ponta-de-lança do império estadunidense contra a Revolução Bolivariana e contra os processos democrático-revolucionários em outros países latino-americanos?

Os governantes dos Estados Unidos não têm amigos, mas interesses de classe. Nesse sentido, eles apóiam presidente narco-paramilitares da laia de Uribe Vélez, a quem também utilizam como ponta-de-lança contra os processos progressistas, revolucionários e bolivarianos, como o processo revolucionário venezuelano. Uribe é um perigoso escudeiro da política yankee na região sul de nosso continente.

9. No caso de uma invasão da Colômbia à Venezuela, que papel teriam as Farc? Qual seria sua posição a respeito?

No caso de uma invasão dos falcões da guerra dos Estados Unidos, a partir da Colômbia, ao povo irmão venezuelano, as FARC-EP condenariam com energia e ofereceriam sua solidariedade incondicional al processo bolivariano da pátria que viu nascer o nosso Libertador. Em Bolívar nos encontramos todos.

10. Acaba de ser realizada, na Suécia, a estréia do documentário “Guerrillera Girl”, com muito êxito. O que significa para as Farc esse documentário e a venda das camisetas com o logotipo das Farc e a figura do comandante Jacobo Arenas, por parte da marca Fighters & Lovers? Significa que a solidariedade internacionalista dos povos está rompendo o cerco do império às FARC?

Isso tudo significa, primeiramente, que as FARC-EP não estamos sozinhas na luta política pela Nova Colômbia. Cada uma das expressões de solidariedade internacionalista dos povos e suas organizações, por menores que pareçam, nos servem de estímulo e comprometem mais a redobrar os esforços da luta pela conquista do poder político em benefício de todo o povo colombiano.

O artigo encontra-se em Anncol.eu.