"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sexta-feira, 11 de julho de 2008

Os presos das masmorras de Uribe serão assassinados se as FARC liberam os reféns

por Pedro Echeverría V./México
ABP notícias

1. As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) não devem liberar mais nenhum refém sem que antes os presos políticos que Álvaro Uribe tem em suas prisões não sejam liberados e assegurados em países como Venezuela, Cuba, Equador, Nicarágua ou Bolívia. Que Uribe libere a todos, se comprometa a não perseguí-los e logo, apenas depois, a guerrilha deverá desfazer-se dos prisioneiros pró-yankees que estão sob seu poder, avisando ao mundo para que não continuem inventando mentiras. O governo colombiano do paramilitar Álvaro Uribe, com o apoio total do governo dos E.U.A. parece haver ganho uma grande batalha com a libertação de 14 reféns; a ganhou porque os meios de informação, como era de se esperar, aproveitaram para enaltecer o governo assassino de Uribe. Poderia se esperar outra coisa dos meios eletrônicos mexicanos que sempre funcionaram à serviço do poder econômico?

2. Que as FARC não se deixem pressionar por nada, pois caso se deixem, demonstrarão que estavam na guerrilha sem convicções profundas. Que decidam internamente suas políticas em função de sua realidade, de sua fortaleza, das possibilidades futuras, mas sem bauxar a guarda contra todas as calúnias que se têm desenvolvido contra eles. Não devem guardar silêncio, não podem deixar de combater a intensa propaganda que os governos inimigos têm feito à serviço dos E.U.A.. Se liberam mais reféns, não só poderiam assassinar todos os presos das FARC, como o governo poderia bombardear, sem nem mirar, toda a zona ocupada pelos homens e mulheres em armas. Deveriam exigir a todos que encham a boca pedindo a libertação dos demais reféns das FARC, como a burguesa uribista Betancourt, que exija a libertação de todos os presos políticos que estão nas masmorras para não ser demagoga evidente.

3. A guerra dividiu a Colômbia em duas realidades: os territórios controlados pelas guerrilhas e os grandes centros urbanos, cuja opinião pública é formada pelos meios de comunicação monopolizados pelos grandes grupos econômicos. Estes fazem uma campanah de desinformação contra as guerrilhas que lhes causou mais baixas que as feitas pelo exército. Propagam diariamente a imagem de uma guerrilha ligada ao narcotráfico, desumanizada, chantagista, que prejudica a população civil. Não é estranho, então, que as pesquisas concluam que 60 por cento da população é contra a guerrilha. (Ver Martha Harnecker,... Seattle) Ou seja, a guerra contra as FARC é ganha pelos meios de desinformação, não o exército do governo armado até os dentes. O mesmo acontece com os governos da Venezuela e outros países onde as correntes de esquerda se fortaleceram; mas o grave é quando se passa para a defensiva por medo da desinformação.

4. Uma opinião pública criada pelos meios de informação e logo propagada amplamente, mediante pesquisas desses próprios meios, não deve ser levada em conta, principalmente pela esquerda (como no caso do México) que só se arrasta diante dos meios, ao invés de enfrentá-los radicalmente. Logo, esses meios se queixarão porque não se respeita a “liberdade de expressão”, mas nossa missão será denunciar e esclarecer que as campanhas fascistas contra as lutas do povo não é liberdade de expressão e sim vontade de continuar com a exploração, a opressão e a miséria do povo. Não são diferenças políticas e filosóficas, mas sim contradições entre monopólios de multimilionários e os interesses do povo, os mesmos que a esquerda deve defender. A liberdade de expressão deve ser apoiada apenas quando os mais poderosos queserem calá-la, mas nunca quando se dedicam a propagar campanhas venenosas contra as lutas do povo.

5. A imprensa, como assinala Harnecker, nunca informa sobre aspectos positivos das organizações guerrilheiras. Jamais informaram das propostas que as FARC fizeram para erradicar os cultivos ilícitos de cocaína, que inclui um plano piloto de substituição de cultivos no município de Cartagena de Chairá (produtor de 90 por cento da cocaína do departamento de Caquetá) que custaria apenas 10 milhões de dólares. O projeto, que foi elaborado com a participação das populações da região e que o governo ignorou. A realidade é que para o fascista Uribe “o único guerrilheiro que ele reconhece é o guerrilheiro morto”. Contudo, existem esquerdistas oportunistas ou iludidos que querem que se libertem aos reféns, ainda que assassinem logo aos presos políticos das FARC e bombardeiem os acampamentos. Se esquecem, por acaso, de quando Fujimori assassinou os guerrilheiros peruanos enquanto os entretia com negociações?

6. As FARC estão vivas, fortes e atuantes. Algum dia os esquerdistas empanturrados pelos meios de desinformação, pelos gritos de Uribe e as ameaças de Bush, reconhecerão estes erros de aconselhar liberar a todos os reféns e dissolver a força guerrilheira. Harnecker escreve: “Toda figura pública que aparece ligada à guerrilha é alvo imediato dos paramilitares. Uma geração inteira de ativistas: 5 mil quadros da União Patriótica (frente política propiciada pelas FARC em 1985 como parte substancial do processo de diálogo que então se fazia com o governo de Belisario Betancourt) foram assassinados”. Na Colômbia, sobretudo depois da instalação do chamado Plano Colômbia, que autorizou milhares de membros do exército yankee a pilotar aviões para bombardear a selva, os guerrilheiros não possuem margem alguma para confiar. Deve-se criar uma opinião internacional que os favoreça.
7. O que devem fazer os presidentes de Venezuela, Cuba, Equador, Bolívia, Nicarágua, etc, é exigir ao fascista Uribe que libere os 900 ou mais presos políticos das FARC que tem em suas masmorras e pedir às FARC que façam o mesmo com seus reféns. Como podem garantir que os guerrilheiros entrem na vida pública sem que sejam assassinados como em 1985, sendo o governo de Uribe um governo militarista? Penso que se alguém não pode ajudar, pelo simples fato de ser uma grande nação, ao menos não prejudique, diante da opinião pública mundial. Os meios de informação são na Colômbia, Venezuela, México e em todas as partes, propriedade de poderosos milionários transnacionais. Devem ser combatidos por serem instituições à serviço do sistema capitalista de exploração. Quem sabe a imprensa possa se salver, mas os meios eletrônicos (rádio e televisão) devem ser enfrentados até serem derrotados.