"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 23 de abril de 2007

Outro negócio mortal da multinacional Monsanto Inc.

Um grupo de cientistas conduzidos pelo bioquímico professor Gilles-Eric Seralini, da Universidade de Caen, na França, constatou que as células placentárias humanas são muito sensíveis ao Roundup mesmo nas concentrações mais baixas atualmente empregadas no uso agrícola. Um estudo epidemiológico sobre a população granjeira de Notario, Canadá, demonstrou que a exposição ao glifosato – o ingrediente dominante do Roundup – quase duplicou o risco nos últimos abortos, escreve Chee Yoke Heong.


Assassinos da vida na Colômbia


[Por Chee Yoke Heong* tomado de redvoltaire.net]

Três estudos recentes mostram que o Roundup, muito utilizado por granjeiros e também na jardinagem do lar, não é o produto seguro que todos acreditavam.

Um grupo de cientistas conduzidos pelo bioquímico professor Gilles-Eric Seralini, da Universidade de Caen, na França, constatou que as células placentárias humanas são muito sensíveis ao Roundup ainda nas concentrações mais baixas atualmente empregadas em uso agrícola.

Depois que um estudo epidemiológico sobre a população granjeira de Notario, Canadá, demonstrou que a exposição ao glifosato – o ingrediente dominante do Roundup – quase duplicou o risco nos últimos abortos, Seralini e sua equipe decidiram investigar os efeitos do herbicida nas células da placenta humana. Seu estudo confirmou a toxicidade do glifosato ao verificar que, depois de 18 horas de exposição a concentrações baixas, as células de placenta humana começaram a morrer em grandes proporções. Seralini sugere que isto poderia explicar os altos níveis de nascimentos prematuros e de abortos observados entre as mulheres granjeiras que utilizam o glifosato. A equipe de Seralini comparou a fundo os efeitos tóxicos da fórmula do Roundup (em sua expressão comercial de glifosato mais aditivos químicos) só com o princípio ativo isolado, o glifosato, encontrando que o efeito tóxico aumenta em presença dos coadjuvantes ou agregados do Roundup. Estes agregados desempenham, assim, um papel facilitador que torna o Roundup duas vezes mais tóxico que seu ingrediente ativo isolado, o glifosato.

Outro estudo, lançado em abril de 2005 pela Universidade de Pittsburg, EEUU, sugere que o Roundup é um perigo para outras formas de vida não vegetais. O biólogo Rick Relyea constatou que o Roundup é extremamente mortal para os anfíbios. No que se considera um dos estudos mais completos sobre os efeitos dos pesticidas em organismos não vegetais num cenário natural, Relyea encontrou que o Roundup causou uma declinação de 70% na biodiversidade anfíbia e uma queda de 86 por cento na massa total de girinos da rã. Os girinos da rã leopardo e os girinos cinzas da rã da árvore acabaram quase eliminados.

Em 2002, uma equipe científica conduzida por Roberto Belle, do National Center for Scientific Research (CNRS), estação biológica científica em Roscoff, França, demonstrou que o Roundup ativa uma das etapas-chave da divisão celular que potencialmente podem conduzir ao câncer.

Belle e sua equipe estiveram estudando vários anos o impacto das formulações do glifosato sobre as células do ouriço-do-mar. Recentemente, a equipe demonstrou na revista Toxicological Science (dezembro de 2004) um dano num “ponto de controle” do DNA afetado pelo Roundup, enquanto que o glifosato isolado não teve nenhum efeito. “Demonstramos que é um fator de risco definido, porém não avaliamos o número de cânceres potencialmente induzidos, nem o prazo dentro do qual se desenvolviriam”, reconheceu Belle.

Existe, de fato, evidência direta de que o glifosato inibe um processo importante nos animais chamado “transcrição de RNA”, ainda em concentrações bastante abaixo do nível que se recomenda para sua aplicação comercial em aerosóis.

Existe também uma nova investigação que demonstra que uma breve exposição ao glifosato comercial causa dano no fígado dos ratos, segundo o indicado pelo gotejamento das enzimas intracelulares vivas do fígado. A investigação indica que o glifosato e sua presença no Roundup contribui para as sinergias que aumentam o dano ao fígado.

Atualização de Chee Yoke Heong

O herbicida Roundup Ready é usado o mais extensamente possível no mundo agrícola dedicado à produção alimentar e nos jardins residenciais e, com seu ingrediente ativo glifosato, se promoveu por longo tempo como seguro para os seres humanos e para o meio ambiente, ao mesmo tempo em que seria eficaz para matar as ervas daninhas. Portanto, é significativo que os estudos recentes demonstrem que o Roundup não é tão seguro como assegura a propaganda de seus promotores.

Isto tem conseqüências importantes devido a que o volume de colheitas GM plantadas comercialmente está projetado para tolerar o glifosato (e especialmente o Roundup), enquanto os dados independentes do campo indicam uma tendência ao uso crescente do herbicida. Isto vai contra as asseverações da indústria de que o uso do herbicida sobre as plantas resulta “amistoso” para o meio ambiente. Agora se encontrou que também há sérios efeitos contra a saúde. Minha história, portanto, apontou a destacar estes novos resultados e suas implicações sobre a saúde e o meio ambiente.

Sem que resultasse surpreendente, a Monsanto saiu a refutar alguns dos resultados dos estudos mencionados no artigo. O que ocorreu foi um intercâmbio aberto entre o Dr. Rick Relyea e Monsanto, onde o cientista defendeu suas descobertas. Por outra parte, até onde chega meu conhecimento, não apareceu nenhum outro estudo posterior sobre o Roundup.

Para maior informação, consultar diretamente a fonte: Professor Gilles-Eric, criigen@ibfa.unicaen.fr

Chee Yoke Heong

Chee Yoke Heong é uma jornalista investigativa, especializada em biotecnologia e questões meio ambientais, que trabalha para a Third World Network (Rede do Terceiro Mundo, www.twnside.org.sg), com assento em Kuala Lumpur, Malásia. Também colabora como freelance para meios de comunicação regionais e internacionais, como Ásia Times Online Ltd. e organizações não governamentais com sede na capital malaia. Mais informação sobre essa jornalista pode-se encontrar (em língua castelhana) em http://www.redtercermundo.org.uy.